O espetáculo Auto da Paixão de Cristo foi encenado pela primeira vez após a Pandemia da Covid-19 na Paróquia Santo Antônio de Pádua, na cidade de Alto Paraná, noroeste do Paraná.
O espetáculo narrou os últimos passos da vida de Jesus na terra, e contou
com mais de 50 personagens e diversas outras pessoas da própria comunidade
envolvidos nos bastidores.
A produção trouxe um realismo em cada cena, que vai do figurino ao drama de cada personagem. A maquiagem, o cenário e a iluminação também foram importantes componentes que inseriram o público nessa experiência única.
Força da comunidade
Desde o início, a encenação da “Paixão de Cristo” teve o apoio da
comunidade. Em uma celebração da Santa Missa, o coordenador da encenação,
Édi Ortiz, convidou a todos da comunidade para que pudessem e se sentissem
acolhidos para atuarem na encenação, o convite foi aceito por muitos e
daquele dia em diante, a organização começou a ser preparada para o grande
dia. Inúmeros ensaios, perrengues, mas acima de tudo a força de vontade de
todos os membros para que o resultado fosse o melhor possível e pudesse
transparecer a realidade do que foi vivido por Jesus. Foram mais de 40
dias de ensaios, contando com a participação de membros de pastorais,
grupos e movimentos da Paróquia Santo Antônio de Pádua da Diocese de
Paranavaí.
A Semana Santa é, tempo de reflexão e conversão dos fiéis católicos. Esse
espírito é recordado nas celebrações especiais que ocorrem durante toda a
semana, mas também, através de encenações promovidas pelas paróquias e
comunidades da Diocese, para lembrar a Paixão, Morte e Ressurreição de
Cristo.
Neste ano, muitas paróquias celebraram a Semana Santa presencialmente,
retomando também as procissões após tanto tempo distantes. Com esse
retorno os fiéis tiveram a oportunidade de participarem presencialmente,
em nossa comunidade, da tradicional encenação que é tão aguardada.
Trajeto Itinerante:
A logística muito bem preparada pela equipe de direção, contou com
figurinos que trouxeram realismo a cada momento, tudo começou com a
Instituição da Eucaristia, o ponto de início aconteceu na Praça Souza
Naves no centro da cidade, reunindo centenas de fiéis que acompanharam
passo a passo de cada momento, desde o Lava Pés, até o momento em que
Jesus carrega a Cruz rumo ao calvário. O momento de dor e aflição foi
também vivido por muitos, que puderam acompanhar durante vários momentos
da Via Sacra Itinerante realizada pelas ruas. Era notório ver o semblante
das pessoas sentindo a dor, e até se emocionando principalmente na hora em
que Jesus, encenado pelo Jovem Danilo Henrique, cai com a cruz, e leva a
chibatada por um dos soldados, interpretado pelo fiel Edson, de uma das
pastorais de nossa paróquia.
Em procissão centenas de pessoas acompanharam esse momento, e nesse trajeto
também se fazia presente o Padre Osvaldo Marcelo, que no meio do público
pode acompanhar detalhadamente o desfecho da história.
Para Taciana Gouveia, a experiência de poder acompanhar a encenação em céu
aberto, foi algo que mexeu muito, ela detalha " foi muito emocionante, eu
chorei no momento em que Jesus estava fixo na cruz, momento esse realizado
na Praça da Matriz, me coloquei no lugar de mãe, ou seja no lugar de Maria,
de fato mexeu muito comigo, e foi uma bela encenação".
Já para Gabriel Henrique, jovem que também acompanhava o momento, foi uma
experiência sensacional, ele declarou: "foi algo novo, por ser a primeira
vez que vou em uma apresentação dessa, foi muito legal aprender e saber um
pouco mais de como foi o que Jesus passou".
Toda a narrativa aconteceu em um trajeto como mencionado anteriormente,
itinerante, ou seja, em constante movimento, a entrega foi total de todos
que estavam participando, para Márcia Aparecida que fez parte da equipe de
encenação, é algo que sempre ficará guardado em seu coração " cada encenação
é uma experiência nova, aprendemos muito desde o momento em que estamos
ensaiando, até o momento em que apresentamos ao público, sem via das dúvidas
retornar após a pandemia com essa encenação será algo que jamais
esquecerei".
Danilo Henrique, jovem que viveu Jesus na encenação, em forma de gratidão,
após encenar no alto da igreja, a cena em que Jesus ressuscita em sinal de
humildade, ajoelhou-se e com as mãos unidas uma a outra, na sequência fez o
sinal da cruz, ao falar com a multidão, muito emocionado ele detalhou que no dia em que estava encenando, era o dia em que seu pai, completava 6
anos de falecimento, assim como, consagrando esse momento em forma de
homenagem também ao saudoso Monsenhor João Batista Pimenta, sacerdote que
hoje se encontra no descanso celeste, mas que atuou por muitos anos em nossa
comunidade como sacerdote.
Ana Gouveia e Elza Cardoso que também contracenaram, tiveram experiências
parecidas, Ana narra que para ela o momento mais marcante foi quando
Verônica, enxugou o rosto de Jesus e a hora em que Jesus foi pregado na cruz
"foi uma hora muito triste, foi muito triste, um aperto no coração, que até
eu chorei, já para Elza, foi quando Jesus apanhava e caia com a cruz nas
costas, e o momento em que ele disse: "Está tudo consumado", ela frisa que
seus olhos se encheram de lágrimas com o momento forte.
Solange Cardoso, que interpretou Verônica, enaltece a interpretação de
Danilo, com o papel de Jesus "o momento da crucificação de Jesus mexeu muito
comigo, ele incorporou tão bem o papel dele naquela cena, foi algo de
arrepiar, assim como a ressureição, algo muito lindo, a hora em que ele
abriu os braços, tanto o sofrimento dele na Cruz, quanto a alegria da
ressureição".
Para Milton, o momento em que as escuras, eram dadas as chibatadas em
Jesus, antes de ser entregue, foi a parte mais dolorosa, todos que estavam
na praça, próximo ao palanque puderam ouvir e foi algo forte e de muita
dor".
Já Inês, conta que todo esse processo do ensaio a apresentação final foi de
superação: " todos nós durante os ensaios sabíamos as nossas dificuldades,
no entanto, no momento final, a entrega foi total a ponto de entendermos que
verdadeiramente o Espírito Santo agiu," conta ela.
Diomar Portilho, conta que nos ensaios não havia emoção, por estarem sempre
juntos, mas que durante o último ensaio, todo o momento que seria feito a
noite foi colocado em oração durante a vigília e rezava por cada um, "todos
se surpreenderam com o preparo, entrega e profissionalismo, sem via das
dúvidas todos contribuíram para este grande feito, a emoção foi a flor da
pele com cada detalhe".
João Antônio Mardegan, deu vida a dois personagens; o sumo sacerdote Anás,
e depois Nicodemos que foi responsável por levar Jesus para o sepulcro, ele
destaca "fiquei muito feliz por participar de uma encenação de um dos
acontecimentos mais marcantes da história da humanidade".
Para Édi Ortiz, organizar tudo isso não foi nada fácil, mas o propósito
principal era: "Tudo o que fizermos é para Deus, então precisamos dar o
nosso melhor", contou ele. Ele ainda completou, ao encenar o primeiro
momento é entender que é para Deus, depois para os demais.
Para concluir, o sacerdote local, Osvaldo Marcelo enfatizou o trabalho
muito bem preparado por toda a equipe: "gostaria de agradecer todos vocês
que se dedicaram, se prepararam para essa apresentação tão bonita, agradecer
toda a equipe que auxiliou em cada momento". O padre ainda declarou ao final
"eu comentava com alguém vindo na procissão, foi a primeira vez que eu
participei de uma encenação que é itinerante, começamos lá na praça e viemos
finalizar aqui", para finalizar o momento todos saudaram os atores com uma
forte salva de palmas.
Informação Adicional:
Na oportunidade, a apresentação, também acontecerá na próxima semana, no
Distrito de Maristela, nas proximidades da Capela Nossa Senhora Stella
Maris.
Produção: Advaldo Filho (Jornalista)
Para assistir o compacto da encenação com todos os momentos clique abaixo
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