Emmanuelle Cueto Ramos é padre. Devido à Covid, um câncer não foi
detectado e agora ele vive seus últimos dias com fé.
O padre Emmanuelle era membro de uma gangue e grafiteiro. Hoje ele tem 30
anos e pertence aos Missionários Apóstolos da Palavra. Também é um defensor
da liturgia e tem sido um influenciador na mídia social nos últimos
tempos.
Mas a pandemia fez com que um câncer, detectado em um olho em fevereiro,
não pudesse ser tratado até agosto, sendo então tarde demais para ser curado
humanamente. Mas ele sabe que o sofrimento é o caminho mais curto para
chegar aos Céus. Um padre com câncer e sem cura, que nos oferece esperança e
testemunho.
Sua vocação ao sacerdócio surgiu no Ensino Médio. Ele conta: “meu pai
perguntou em um seminário quanto custava a mensalidade. Quando ele descobriu
quanto custava, disse: ‘Não posso pagar esse valor’. E eu respondi: ‘Calma,
pai; então eu não entro no seminário’. Ou seja, as portas estavam fechadas
para mim devido à situação econômica”.
Tumor no crânio e só tratavam Covid
O padre Emmanuelle, mexicano de origem e missionário no Peru, nos contou
sobre o seu estado de saúde:
“Há um ano e meio, comecei a sentir um desconforto no meu olho direito.
Pensei que fosse por cansaço, porque era no momento em que me pediam para
colaborar no Seminário como vice-reitor do Introdutório, e ensinar ao mesmo
tempo. A pressão era grande, pois ao mesmo tempo eu era capelão das freiras
de nossa comunidade.
Mas no final de janeiro de 2020 fui para os Estados Unidos, a Oklahoma, e
em uma das missas senti que meu olho direito estava fechando, estava
inflamado. Então, quando voltei ao Peru, fui para o hospital, eles fizeram
um ultrassom e encontraram um tumor no meu olho. Fizeram então a tomografia,
e descobri que o tumor não estava só no olho, mas nas áreas chamadas etmóide
e esfenoide, de forma que o tumor era parte do crânio para dentro, e parte
do olho.
Quando eles começaram a me tratar, a pandemia veio e todos os hospitais
fecharam. Apenas casos de Covid eram atendidos. Aí fiquei sem atendimento, e
meu olho começou a inchar muito, e tive dores intensas, muito fortes, a
ponto de ter que usar morfina.
Esperei março, abril, maio e até junho na esperança de me tratar. Mas em
julho eu já havia perdido a visão do meu olho direito e, no hospital, tive
de esperar até 19 de agosto. Cinco meses para ser operado! Também tive
problemas porque não tinha uma residência no Peru e não tinha seguro de
saúde no Peru. Mas eu não queria ser tratado num hospital privado, mas sim
no hospital dos pobres, no hospital dos meus irmãos peruanos, porque fiz
voto de pobreza, e como seria tratado num hospital de ricos? Isso seria
incoerência!
Eles me trataram no Hospital Nacional Arzobispo Loayza. No Instituto
Nacional de Doenças Neoplásicas me falaram que meu tumor era benigno mas
muito agressivo, que crescia muito rápido e que eu precisava ser tratada no
Hospital Loayza, porque lá tratavam casos de tumores benignos.
Então eles me operaram lá. A primeira operação foi no dia 5 de setembro,
depois fiz outra operação maior, que durou cerca de 13 horas, porque o
médico disse que o tumor já havia atingido uma área muito perigosa, e que o
tumor estava pressionando um veia importante, a carótida interna direita, e
por isso até hoje o sangue não está subindo pelo lado direito da cabeça. E
nada mais pode ser feito sobre isso.
Minha carótida esquerda está fazendo todo o trabalho. O médico diz que não
está explicado como minha carótida esquerda assumiu automaticamente todo o
trabalho. E eu fiz uma terceira cirurgia, reconstrutiva.
Eles me deram alta e me disseram que eu tinha de passar por controle
médico. Mas o médico me disse: ‘Eu tenho uma pequena dúvida, vou mandar você
fazer um estudo histoquímico para descartar que sua inflamação seja
decorrente de uma infecção’. O resultado do teste mostrou que o tumor que
pensávamos ser benigno era maligno.
Portanto, fui diagnosticado com ‘câncer radio facial de terceiro
grau’.”
Como será o tratamento?
“O que o médico sugere é que me dêem qualidade de vida. Então, a única
coisa que vou conseguir são cuidados paliativos.
Basicamente, não há cura para mim. Os médicos dizem que talvez por causa da
maneira como meu tumor está progredindo novamente, eu provavelmente tenho 7
ou 8 meses de vida. Falando em termos médicos. Mas, falando de maneira
cristã, quem sabe?
Que o Senhor me permite oferecer isso a Ele. Eu ofereço antes de tudo para
minha própria salvação. E ofereço pela consolidação da Fraternidade
Apóstolos Missionários da Palavra. E ofereço pela Igreja, pelo que está
acontecendo na Igreja hoje.”
Você sentiu o amor de Deus neste calvário?
Totalmente. Sinto-me confortado, pois algo me é tirado, mas é substituído
por outra coisa; tenho a experiência da paz ao celebrar a missa. O maior
sinal da presença de Deus é a paz! ‘Como são belos os pés do mensageiro que
anuncia a paz’. Jesus diz: ‘Quando você vier a uma casa, deseje a paz’.
Jesus aparece aos seus discípulos dizendo: ‘A paz esteja convosco’. O sinal
da presença de Deus em um lugar é a paz. Onde há paz, está o Senhor.”
Você sente esses meses de vida como uma sentença?
Não. Eu prefiro sentir como um curto ministério de santidade. E enquanto
Deus me permitir, vou vivê-lo ao máximo. Vou tentar vivê-lo feliz, com um
sorriso no rosto. Vou tentar viver em santidade e quero chegar ao céu
assim.
via Aleteia
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Amém
ResponderExcluirAmém 🙏 meu marido foi parecido, temor no esófago,7 meses, duas últimas semanas paliativos, Que Deus tenha misericórdia!!
ResponderExcluirSão Peregrino interceda pelo Padre e todos que sofrem com o câncer. Pra Deus tudo é possível.
ResponderExcluirNosso Deus é o Deus do impossivel !
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