Padre José Gilmar Moreira, que ficou três dias desaparecido na Paraíba,
teria forjado um sequestro porque estava sendo extorquido, afirmou a Polícia
Civil na segunda-feira, 26 de outubro.
O sacerdote, pároco da Paróquia de Santa Teresinha, em João Pessoa,
desapareceu no dia 13 de outubro. Segundo as informações, ele teria saído
por volta das 11h para atender a um pedido de oração das exéquias e, então,
desapareceu.
O religioso também havia enviado uma mensagem com a palavra “socorro” para
o vigário geral da Arquidiocese da Paraíba, Pe. Luís Júnior, o qual só
visualizou a mensagem às 15h.
Três dias depois, em 16 de outubro, Pe. José Gilmar foi encontrado no
Conde, Litoral Sul da Paraíba, desorientado, caminhando às margens de uma
estrada, mas sem sinais de violência.
À polícia, o sacerdote relatou que tinha sido confundido com um motorista
de aplicativo e levado para um cativeiro em mata fechada e que os bandidos
exigiam dinheiro.
Entretanto, na última segunda-feira, o superintendente da Polícia Civil,
Luciano Soares, contou que, na realidade, o sacerdote estaria sendo
extorquido e, por isso, teria forjado o sequestro. Por esta razão, segundo o
delegado, ele deve ser indiciado por falsa comunicação de crime.
Em depoimento à polícia, Pe. José Gilmar contou que desconhecidos exigiam o
pagamento de R$ 50 mil até às 14h do dia 13 de outubro. Mas, ele não queria
usar o dinheiro ao qual tinha acesso na paróquia. Então, dirigiu para o
Litoral Sul e tentou se afogar na praia de Coqueirinho.
“O padre disse que, quando chegou à praia, tentou tirar a vida
se jogando no mar, mas as ondas o jogaram de volta para a areia por várias
vezes. Em determinado momento, ele foi atirado sobre pedras. Como não
conseguiu o que queria, entendeu aquilo como uma mensagem, uma ajuda de
Deus, e voltou para o carro, onde ficou orando por dois dias. Depois decidiu
caminhar e acabou sendo encontrado”, relatou Soares.
De acordo com o superintendente, também a mensagem de “socorro” teria sido
“forjada”. “Ele mandou para um religioso que raramente tem acesso ao
celular, dada as atribuições que tem no cotidiano. Então imaginava que ele
teria um tempo até que essa mensagem fosse visualizada. Ele poderia dar cabo
à vida e apresentar um cenário como se tivesse sido sequestrado de fato e
assassinado”, disse.
Além disso, informou a polícia, o caso de extorsão ao religioso deverá ser
investigado pela Delegacia de Roubos e Furtos, por isso, as razões pelas
quais ele estaria sendo extorquido ainda não foram divulgadas.
De acordo com a Arquidiocese da Paraíba, o caso está sendo acompanhado por
seu setor jurídico.
via
ACI
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