Advogado Pedro Paulo Guerra de Medeiros apresenta documentos que, segundo
ele, mostram que o Ministério Público induziu a rede Globo ao erro.
A defesa do padre Robson de Oliveira, ex-reitor da Basílica de Trindade,
afirma que o Ministério Público induziu jornalistas do Fantástico ao erro na
reportagem deste domingo que diz que a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe)
utilizou o cadastro de fiéis para movimentar quantias milionárias, com base em
planilhas apreendidas na sede da entidade. A documentação em que o MP diz se
basear foi apreendida no dia 21 de agosto.
De acordo com os advogados, os supostos repasses vultosos ao caixa da Afipe,
noticiados pela rede Globo, nunca existiram. Documentos aos quais o Mais Goiás
teve acesso sugerem que tudo não teria passado de erro de digitação. Alguns
números digitados na coluna “valor” seriam, na verdade, os números de
identificação dos fiéis.
Com base no que foi informado pelo Ministério Público, a reportagem do
Fantástico disse que o maior valor encontrado nas planilhas seria uma doação
de R$ 3.437.695, que teria partido de uma mulher chamada Maria I.S.M.,
residente na cidade mineira de Curvelo. A defesa argumenta que 3437695 seria,
na verdade, o código de identificação de Maria no cadastro de doadores. Por
erro de funcionários da associação, este código teria sido replicado na coluna
“valor”.
O caso acima se refere ao maior suposto valor encontrado pelo Ministério
Público nas planilhas da Afipe. O segundo maior é uma suposta doação de R$
3.290.673. De acordo com o Fantástico, quem fez o repasse foi a dona do código
de associado número 20, Marilda O.M.S., de Anicuns. Mais uma vez, a defesa
afirma que houve erro de digitação: 20 seria, na verdade, o valor doado; e
3290673 o código do associado que fez o repasse: um homem chamado Caetano
S.P., de Brasília.
A defesa também explica o terceiro maior valor encontrado pelo Ministério
Público na planilha de doações da Afipe. O “valor” de R$ 331.602, seria, na
verdade, o número de identificação da associada Sirlene C.M., de São Paulo.
Neste caso específico, na coluna de relativa ao código do doador teria sido
digitado o código de outra pessoa: Silvio J.D.S., de Ida Iolanda (São Paulo).
“Esse ‘valor’ de R$ 331602 na verdade é simplesmente o número de registro e
nunca foi realmente doado à Afipe”, explica o advogado Pedro Paulo Guerra de
Medeiros, que representa o padre Robson.
“Basta verificar os extratos bancários, contábeis e fiscais da Afipe e se
comprovará que as referidos doações nunca ocorreram. O Ministério Público
certamente deve ter feito essa análise, e verificado não ter havido essa
irregularidade”, afirma Pedro Paulo. O advogado diz que o MP tenta “induzir a
opinião pública em grave equívoco apenas no intuito de se desforrar de uma
decisão judicial que foi desfavorável para alguns membros do Ministério
Público”.
Pedro Paulo refere-se à sentença do desembargador Nicomedes Borges Domingos,
do Tribunal de Justiça de Goiás, que determinou, no dia 6 de outubro, o
trancamento da ação penal que investigava o padre Robson pela suspeita de
desvio de R$ 120 milhões doados por fiéis à Afipe, responsável pela Basílica.
O trancamento acontece quando a Justiça entende que não houve o crime que é
alvo da investigação – neste caso, organização criminosa, lavagem de capitais
e apropriação indébita.
A defesa enviou ao Mais Goiás cinco planilhas para corroborar os seus
argumentos: 1) o histórico de doações da devota Marilda O.M.S., cujo código é
20; 2) o histórico de Caetano S.P. (3290673); 3) o histórico de Maria I.S.M.
(3437695); 4) o histórico de Silvio J.D.S (3358960); e 5) a relação de todas
as doações oriundas da região de Anicuns (local onde teria sido feita matéria
com um doador, morador da região, do grupo de carreiros, que teria tido seus
dados erroneamente migrados).
via
Mais Goiás
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