Essa devoção surgiu da antiga tradição segundo a qual as marcas do rosto de Cristo teriam ficado impressas no lenço da Verônica, usado para enxugá-lo do suor e do sangue no caminho até o Calvário.
Na véspera da Quarta-Feira de Cinzas, ou seja, na assim chamada Terça-Feira de Carnaval, a Igreja mantém a tradição da devoção à Sagrada Face de Jesus, em especial reparação pelos pecados cometidos principalmente ao longo do Carnaval.
O “Verdadeiro Ícone”
Essa devoção surgiu da antiga tradição segundo a qual as marcas do rosto de Cristo teriam ficado impressas no lenço usado para enxugá-lo do suor e do sangue durante o caminho até o Calvário, na Sexta-Feira da Paixão. O lenço foi estendido a Jesus por uma piedosa mulher a quem a devoção atribuiu o nome de Verônica, formado pelas palavras latina e grega que significam “Verdadeiro Ícone“, “Verdadeira Imagem“.
Santa Verônica
Diferentemente do que muitos pensam, Verônica não era o nome daquela piedosa mulher. Aliás, não se conhece o seu nome. Há quem ache que “Verônica” seja uma variante de “Berenice”, mas o fato é que não se sabe como se chamava aquela boa alma, cujo ato de compaixão no Calvário é recordado na sexta estação da Via Sacra.
O nome “Verônica” apareceu pela primeira vez no documento apócrifo As Atas de Pilatos, justamente por conta da impressão da Sagrada Face de Cristo em seu lenço, isto é, da “Verdadeira Imagem de Cristo”, o “Vero Ícone”. Por extensão, o nome “Verônica” passou a ser usado para indicar aquela mulher piedosa e não apenas o pano que recolheu o “Verdadeiro Ícone” de Jesus.
Sempre segundo a tradição, Santa Verônica morava em Jerusalém e, após a Paixão do Senhor, se dirigiu a Roma levando consigo aquele véu tão especial.
Uma das vertentes populares diz que Santa Verônica, uma vez chegada à Itália, esteve diante do imperador romano Tibério e o curou depois de fazê-lo tocar naquela imagem sagrada. Ela teria vivido na capital do império na mesma época em que lá estiveram os apóstolos São Pedro e São Paulo. Ao morrer, teria deixado a relíquia do “Vero Ícone” para o Papa Clemente I.
No primeiro Ano Santo da história, celebrado em 1300, o Véu da Verônica foi uma das Mirabilia Urbis (maravilhas da cidade de Roma) que se expuseram aos peregrinos em visita à Basílica de São Pedro no Vaticano.
Os rastros do Véu da Verônica se perderam nos anos sucessivos ao Ano Santo de 1600, até que a relíquia fosse reencontrada e preservada na Igreja da Santa Face de Manopello.
O Papa Emérito Bento XVI foi o primeiro pontífice a visitá-lo, em setembro de 2016.
Outras tradições ligadas à Sagrada Face
Além dessa tradição de séculos, baseada nos Evangelhos, a devoção à Sagrada Face de Jesus recebeu grande impulso graças a Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, bem como, é claro, por causa dos estudos sobre o o Santo Sudário de Turim.
Como rezar o Terço da Sagrada Face de Jesus
Oferecimento: “Ó Sagrada Face adorável do Divino Redentor, Espelho de sofrimento, emblema santo de dor. Pelos tormentos atrozes sofridos em Vossa Cruz, aceitai as torturas, para consolar-vos, Jesus.”
Sobre a Cruz: rezar o “Creio”
Nas três primeiras Contas: “Sagrada Face do Senhor, inflamai-nos Vosso Amor”.
Nas contas grandes: “Por tudo quanto sofrestes por nossa salvação, ponde fim à nossa mágoa! Alívio à nossa aflição!”
Nas contas pequenas: “Sagrada Face do Senhor, aliviai a nossa dor!”
No fim de cada mistério: “Face de Jesus, suavizai a nossa Cruz!”
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