Logo no primeiro capítulo do Evangelho de São Lucas, encontramos a magnífica narrativa do anúncio mais importante que já poderia ter existido. Trata-se do anúncio do nascimento de Jesus. Narra o texto que o anjo Gabriel foi enviado por Deus até a pequena cidade de Nazaré a uma virgem que estava prometida em casamento a um homem chamado José. O anjo se colocou na presença daquela jovem e disse: “Alegra-te, cheia de graça! […]. Conceberás e darás à luz a um filho, e lhe porás o nome de Jesus” (cf. Lc 1, 28-31).
Foi ou não foi o maior e mais importante anúncio que o mundo pôde testemunhar? Esse anúncio do Anjo Gabriel, que se deu na nossa história, fez com que a Virgem Maria ficasse grávida do próprio Filho do Deus Altíssimo. Realizou-se, naquele momento, aquilo que fora profetizado por inúmeros profetas veterotestamentários, a saber, o Mistério da Encarnação.
A Mãe do Salvador
A partir desse anúncio do anjo Gabriel à Virgem Maria, a humanidade tomou conhecimento de uma grande novidade: Deus é Pai, ou seja, Ele possui um Filho e o amor entre Eles é o Espírito Santo. A esse respeito, Santo Agostinho afirma que o Espírito Santo é um ato de amor que o Pai e o Filho têm em comum. Ato esse pelo qual se amam reciprocamente, quer dizer, o amor une o amante ao amado.
O anúncio do Anjo Gabriel, portanto, deu-nos a consciência da existência da Santíssima Trindade. Até então, sabia-se que Deus existia, mas não se sabia desveladamente que esse único Deus era, também, trino. O véu se rasgou! Os nossos olhos e a nossa consciência se abriram! A Virgem Maria foi a primeira pessoa a conhecer essa luminosa verdade. Por meio do Anjo, Deus Pai anunciou o nascimento do Filho que foi gerado no ventre de Maria por obra do Espírito Santo (cf. Lc 1,35).
Aquilo que se realizou “na” e “com” a Virgem Maria é, de certa forma, a prefiguração daquilo que iremos contemplar, um dia, no céu. Lá, iremos contemplar a Deus Pai que gera o Filho no amor do Espírito Santo.
Maria nos aproxima de Deus
Nessa perspectiva, caro internauta, penso que poderíamos afirmar, sem que tal afirmação seja caracterizada como uma hipérbole, que o ventre da Virgem Maria não apenas representa o ambiente celeste, mas se trata propriamente do céu. Além disso, o ventre de Maria é a porta que permitiu que cada um de nós tivesse a possibilidade de acesso a Deus.
Por causa do “sim” dessa grande mulher, o que era temporal foi alargado pelo que era eterno. Dessa forma, celebrar o nascimento de Jesus é celebrar o céu que se fez presente aqui na Terra. Podemos, então, afirmar: fomos visitados pelo céu e esse mesmo céu está aberto para nós. É por esse motivo que a Virgem Maria é a “cheia de graça”.
Podemos, assim, exclamar: “Gloria in excelsis Deo!”, “Glória a Deus nas alturas!”, Glória a Deus no mais alto dos céus!
via Canção Nova
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