Quaresma e Maria

imagem de Jesus e Maria

introdução da Quaresma no calendário litúrgico é acontecimento muito posterior àqueles últimos dias de Jesus. 



Contudo, tal como a Quaresma é hoje para nós tempo de preparação para a celebração dos mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, podemos imaginar que Maria também viveu um tempo em que – mesmo não sabendo precisar o que iria acontecer – preparava-se para algo diferente, pois tinha total conhecimento sobre as consequências do trabalho que seu Filho. 

A relação de Jesus com Maria era especial. Mãe e filho eram unidos não só pela condição familiar, mas pela fé na Missão que o Pai lhes confiara. Pode-se, então, imaginar longas conversas entre os dois, nas quais ora um, ora outro, desvendavam as entrelinhas das Escrituras e entravam mais e mais no Mistério de Deus. Conversas que também tratavam do mundo terreno, das ações de Jesus, de seus resultados efetivos, de suas dificuldades e de suas possíveis consequências. As leis terrenas da época de Jesus previam graves punições, e, a mais terrível delas, que era a morte na cruz. E os dois sabiam que isso poderia acontecer. Jesus já havia anunciado aos apóstolos que passaria por um grande sofrimento e é óbvio pensar que também já deveria ter prevenido Sua mãe sobre isso.

Maria, por sua vez, conhecia seu povo, conhecia a maldade e a dureza dos corações dos poderosos e sabia o que poderiam tramar contra seu Filho. Maria sabia que pode perder seu Menino e que a dor lhe chegará ao coração. Talvez se lembrasse constantemente das palavras de Simeão e Ana quando esteve no Templo para oferecer os sacrifícios a Deus. Talvez se lembrasse da perseguição em Belém e da vida no Egito. Talvez se lembrasse de tudo o que os profetas anunciaram sobre o Messias... Maria, como hoje os fiéis o fazem, também se preparou para enfrentar aqueles dias dolorosíssimos que chegariam e que arrasariam seu coração de mãe.

Mas, certamente, Ela também haveria de se lembrar das promessas que Deus fizera a seu povo. Portanto, sabia que Deus lhe seria fiel. Deus lhe concederia a força necessária para compreender os momentos que estavam por chegar e que não seriam facilmente compreensíveis aos olhos humanos. Deus estaria ao seu lado, seria o seu sustento e o seu amparo. Essa é sua única certeza – e somente essa pode ser a certeza atual diante do sofrimento incompreensível e do silêncio que cerca o período que antecede a celebração da memória da Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo.

Que possamos nos preparar com Maria para os Mistérios que se aproximam: com certezas, com confianças, com o olhar a ver o invisível. A introdução da Quaresma no calendário litúrgico é acontecimento muito posterior àqueles últimos dias de Jesus. Contudo, tal como a Quaresma é hoje para nós tempo de preparação para a celebração dos mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, podemos imaginar que Maria também viveu um tempo em que – mesmo não sabendo precisar o que iria acontecer – preparava-se para algo diferente, pois tinha total conhecimento sobre as consequências do trabalho que seu Filho.

A relação de Jesus com Maria era especial. Mãe e filho eram unidos não só pela condição familiar, mas pela fé na Missão que o Pai lhes confiara. Pode-se, então, imaginar longas conversas entre os dois, nas quais ora um, ora outro, desvendavam as entrelinhas das Escrituras e entravam mais e mais no Mistério de Deus. Conversas que também tratavam do mundo terreno, das ações de Jesus, de seus resultados efetivos, de suas dificuldades e de suas possíveis consequências. As leis terrenas da época de Jesus previam graves punições, e, a mais terrível delas, que era a morte na cruz. E os dois sabiam que isso poderia acontecer. Jesus já havia anunciado aos apóstolos que passaria por um grande sofrimento e é óbvio pensar que também já deveria ter prevenido Sua mãe sobre isso.

Maria, por sua vez, conhecia seu povo, conhecia a maldade e a dureza dos corações dos poderosos e sabia o que poderiam tramar contra seu Filho. Maria sabia que pode perder seu Menino e que a dor lhe chegará ao coração. Talvez se lembrasse constantemente das palavras de Simeão e Ana quando esteve no Templo para oferecer os sacrifícios a Deus. Talvez se lembrasse da perseguição em Belém e da vida no Egito. Talvez se lembrasse de tudo o que os profetas anunciaram sobre o Messias... Maria, como hoje os fiéis o fazem, também se preparou para enfrentar aqueles dias dolorosíssimos que chegariam e que arrasariam seu coração de mãe.

Mas, certamente, Ela também haveria de se lembrar das promessas que Deus fizera a seu povo. Portanto, sabia que Deus lhe seria fiel. Deus lhe concederia a força necessária para compreender os momentos que estavam por chegar e que não seriam facilmente compreensíveis aos olhos humanos. Deus estaria ao seu lado, seria o seu sustento e o seu amparo. Essa é sua única certeza – e somente essa pode ser a certeza atual diante do sofrimento incompreensível e do silêncio que cerca o período que antecede a celebração da memória da Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo.

Que possamos nos preparar com Maria para os Mistérios que se aproximam: com certezas, com confianças, com o olhar a ver o invisível.

Gilda Carvalho
Canção Nova

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