Quem é esse tal “Espírito Natalino”?


Muitas são as vozes que durante todo o ano nos pedem, com maior ou menor “delicadeza”, correr de um lado para o outro, cumprir prazos, alcançar metas e produzir resultados.



De janeiro a dezembro passamos por várias experiências alegres e difíceis que podem gerar os mais diversos sentimentos de tristeza, alegria, frustração ou euforia. O tempo vai passando e nesse mundo barulhento e apressado em que vivemos, percebemos que precisamos de silêncio e de uma paz interior que parece difícil de ser alcançada.

Mas, no final do ano, algo parece mudar, experimentamos com o Natalcerto espírito diferente que nos leva de novo ao centro da nossa vida. Sem fechar os olhos ao que de barulhento existe nesse fim de ano e que poderia escurecer o verdadeiro sentido do Natal, enfoquemos nosso olhar no que de mais fundamental essa época traz para o homem e assim entenderemos um pouco mais porque é tão bom viver o verdadeiro espírito natalino.

O Natal é para o coração do homem como um bálsamo, que alivia as dores que possuímos por carregar nosso interior com tantas coisas que nos parecem fundamentais, mas que não são realmente. Jesus menino mostra que Deus está perto de nós, que Ele se importa com cada um de nós e que quer o nosso amor, porque Ele nos ama incondicionalmente, a ponto de enviar seu Filho para nos salvar. E por mais que nosso coração esteja cheio de coisas, quando se depara com aquilo que realmente o preenche, parece vibrar com mais intensidade.

Se estamos vivendo o verdadeiro espírito natalino, estamos experimentando a felicidade mais pura que existe.

O Espírito Natalino é, no fundo, o Espírito de Deus, o Amor de Deus que é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rom 5,5). E porque o Amor é o que realmente desejamos do fundo do coração, é o que nos preenche verdadeiramente, podemos dizer que, se estamos vivendo o verdadeiro espírito natalino, estamos experimentando a felicidade mais pura que existe, que é responder ao amor de Deus com o amor a Ele e ao próximo. E percebemos que nessa época muita gente está mais disposta a olhar para o irmão que mais sofre, para o que está sozinho e passando frio. Sair ao encontro dessas pessoas é responder a necessidade que o coração possui de amar. E isso nos faz felizes.

Essa é uma época, então, para buscar viver o que de mais autêntico “exige” o nosso coração e que muitas vezes durante o ano não conseguimos viver tanto quanto gostaríamos. Mas não é simplesmente para se reduzir a esse pequeno espaço de tempo no final do ano. Não, o Natal é um tempo de Graça especial, no qual sentimos de maneira particular como é bom responder ao amor de Deus, para que justamente façamos uma opção cada vez mais profunda por viver assim durante o ano todo, durante a vida toda. Esse é o chamado de João Batista para a conversão, que nada mais é que entregar-se a Deus um pouco mais do que antes, até que nos entreguemos e confiemos plenamente.

Esse Espírito que experimentamos mais fortemente agora é como uma chama que faz arder o nosso coração que foi se esfriando, para que arda cada vez mais intensamente e que faça arder os corações dos que estão ao nosso lado.

O convite para esse Natal é deixar-se inundar por esse Espírito, para que experimentemos a alegria autêntica de saber que Deus está conosco e que espera encontrar-se conosco de maneira cada vez mais plena e profunda. E para que essa amizade entre Ele e cada um de nós cresça em todos os dias do ano.

João Antônio Johas – Jovens de Maria

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