São
Francisco de Assis é mundialmente conhecido pelo amor que nutriu por toda a
criação.
Nestes tempos em que o cuidado com a natureza se faz essencialmente necessário para a preservação de nosso habitat, uma questão recente tem gerado polêmica: os animais de estimação vão para o céu? Essa dúvida veio à tona em uma recente declaração atribuída ao Papa Francisco, quando ele consolava um menino que havia perdido seu cachorro: “O paraíso está aberto a todas as criaturas do Senhor”. Essa notícia, segundo relatos, foi desmentida pelo próprio repórter que a divulgou em um veículo de comunicação americano, mas se espalhou pelo mundo.
Essa pergunta tem gerado polêmica e dividido muitas opiniões, mas o que a Igreja Católica Apostólica Romana fala sobre essa questão?
Vejamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica:
“O sétimo mandamento exige o respeito pela
integridade da criação. Os animais, tal como as plantas e os seres inanimados,
são naturalmente destinados ao bem comum da humanidade. O uso dos recursos
minerais, vegetais e animais do universo não pode ser desvinculado do respeito
pelas exigências morais. O domínio concedido pelo Criador ao homem sobre os
seres inanimados e os outros seres vivos não é absoluto, mas regulado pela
preocupação com a qualidade de vida do próximo, inclusive das gerações futuras;
exige respeito religioso pela integridade da criação.
Os
animais são criaturas de Deus. Ele os envolve na sua solicitude providencial. Pelo
simples fato de existirem, eles O bendizem e Lhe dão glória. Por isso, os
homens devem estimá-los. É importante lembrar com que delicadeza os santos,
como São Francisco de Assis ou São Filipe de Néri, tratavam os animais.
Deus confiou os animais ao governo daquele
que foi criado à Sua imagem. É, portanto, legítimo nos servirmos deles para a
alimentação e para a confecção do vestuário. Podemos domesticá-los para que
sirvam ao homem nos seus trabalhos e lazeres. As experiências médicas e
científicas em animais são práticas moralmente admissíveis, desde que não
ultrapassem os limites do razoável e contribuam para curar ou poupar vidas
humanas.
É contrário à dignidade humana fazer sofrer
inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente da vida deles. É igualmente
indigno gastar com eles somas que deveriam, prioritariamente, aliviar a miséria
dos homens. Pode-se amar os animais, mas não se deve desviar para eles o afeto
só devido às pessoas” (Catecismo da Igreja Católica, 2415-2418).
O que o Catecismo afirma é isso: “Os animais
são criaturas de Deus. Simplesmente pelo fato de existirem, eles O bendizem e Lhe
dão glória”. O presente documento, em momento algum, afirma que os animais irão
para o céu após o término de sua vida terrestre. Nem mesmo encontramos
declarações oficiais de algum Sumo Pontífice a esse respeito.
O
que difere o homem dos animais é que o ser humano foi criado à imagem e
semelhança de Deus. Somente o homem tem uma alma
transcendente, imortal. Os animais não possuem uma alma imortal.
Somos chamados a cuidar da criação de Deus, e
isso inclui os animais. No entanto, é preciso discernimento diante dessa
questão. Não é raro encontrarmos pessoas que gastam uma verdadeira fortuna com
seus animais e não ajudam o pobre que passa fome. Outros ainda valorizam mais
seus animais de estimação que os próprios familiares de sua casa. Muitos pais
não deixam seus filhos colocarem os pés no sofá, mas deixam o gatinho de
estimação passar o dia todo dormindo em cima do móvel.
Cuidemos
da criação sem nos descuidarmos dos nossos irmãos e irmãs que sofrem ao nosso
lado e clamam por nossa ajuda e misericórdia.
via Canção Nova
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