A cantora Rihanna chegou ao Metropolitan Museum, em Nova York, com um conjunto de capa e vestido assinado pela grife francesa Maison Margiela cujo visual simula as vestes do papa. O chapeleiro Stephen Jones desenhou a mitra usada por ela.
O fato poderia ter passado em branco, se as vestes papais e eclesiais não tivessem um significado importantíssimo para os católicos, para a fé católica.
A mitra, por exemplo, tem seu significado singular…
A mitra (do grego μίτρα) significa “turbante”, “coroa” ou “diadema” e é a cobertura de cabeça usada como insígnia pontifical e episcopal pela Igreja Católica – assim como o anel, a cruz peitoral e o báculo. Sim, é o “chapéu” cerimonial prelatício usado por abades, bispos, arcebispos, cardeais e o papa. Com o mesmo significado, a mitra é usada também pelas igrejas ortodoxas e anglicanas.
Na internet é possível encontrar estudos sérios, completos e bastante elucidativos sobre o significado e a origem da mitra católica. Falaremos sobre isso também, embora de modo mais resumido. Entendemos que, no seu caso, para aquietar o seu espírito, o mais importante é esclarecer logo se existe a possibilidade de a mitra enquanto símbolo católico, pelo nome, ter algo a ver com o paganismo e o deus Mitra.
Pelo seu depoimento, vemos que algum desonesto usou o fato de a Igreja usar o termo “mitra” para designar as dioceses, e isso o deixou confuso. Em primeiro lugar, saiba que disseminar tais bobagens é parte de um conjunto de táticas deliberadamente pensadas e maliciosamente planejadas para confundir os católicos, e que são usadas à exaustão pelos soldados do diabo. Alguns ingênuos as difundem sem saber do que estão falando, o que piora toda a situação, e é o caso de se perguntar se estes são menos culpados: não sabendo do que falam, deveriam ser pelo menos responsáveis e ter a decência de não repetir algo sobre o que não têm conhecimento.
Estes casos servem, de fato, como provas de que boa parte das seitas ditas “cristãs” e “evangélicas” de maneira nenhuma pertencem a Cristo, mas estão a serviço do pai da mentira. Assim, já vou tranquilizá-lo logo de cara e dizer que a palavra “mitra” é a mesma que se encontra na Bíblia, no Livro do Êxodo (28, 4.37.39; 29,6; 39, 28.31), Levítico (8,9 e 16,4) e Ezequiel (21,26), para significar, exatamente, a cobertura de cabeça ou chapéu distintivo usado pelo sumo sacerdote. Originalmente era de linho, com uma fita de ouro atada à testa por um laço de fita azul, com a inscrição: “Santidade ao Senhor”. As traduções atuais destas passagens para o português podem trazer as palavras “turbante” e “diadema”. Estas informações constam também da página protestante “Dicionário Bíblico”, que você pode conferir neste link.
Vemos, assim, que não há absolutamente nenhuma relação entre a mitra usada pelos bispos e papas, que é utilizada no culto a Deus desde os tempos do Antigo Testamento, e o paganismo.
O termo “mitra”, na sua origem, significa defesa ou proteção, pois simboliza também um capacete de guerra que atesta poder e serve de alerta aos inimigos da Verdade. Sua origem se perde no tempo, mas uma teoria diz que deriva de um símbolo militar. É pelo fato de ser um símbolo de autoridade que se usa para designar territórios administrativos da Igreja. Por isso é que se diz “Mitra Diocesana” ou “Mitra Arquidiocesana” de tal e tal lugar.
É muito importante saber e manter sempre em mente que muitos símbolos, rituais e objetos usados no culto a Deus desde o Antigo Testamento (e que permanecem no Novo Testamento) eram parecidos com os usados no paganismo. Nestes casos, obviamente o que vale é a intenção e o contexto, e não a forma ou a aparência.
Seguidores da cantora Rihanna questionaram, em diversos idiomas, se não seria um caso de apropriação, fator evocado atualmente por adeptos de ideologias de esquerda para defesa de seus interesses. Mas observamos que para o cristianismo esse argumento não é válido…
Parafraseando Chesterton: “Se espera, hoje em dia, que o católico respeite tudo, menos a sua própria religião.”
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