"Sei bem que a crise que o país enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem raízes sócio-político-econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao Papa dar uma receita concreta para resolver algo tão complexo", escreveu o Papa num trecho da carta.
Em seguida, Francisco faz uma reflexão sobre a situação social do Brasil. "Porém não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira".
O Papa respondeu uma carta enviada por Temer no ano passado, já depois de concluído o processo de impeachment. Na ocasião, o presidente fez um convite formal para que Francisco visitasse o Brasil para as comemorações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida em 2017.
Francisco escreveu no texto que, por causa da agenda intensa, não poderia visitar o Brasil. Em janeiro, o Blog já havia adiantado que o Papa não viria ao Brasil em 2017.
O Papa afirmou ainda que inclui o Brasil de modo especial em suas orações e ressaltou um pedido feito a Nossa Senhora Aparecida quando inaugurou a imagem da padroeira do Brasil nos Jardins do Vaticano no ano passado. Na ocasião, o Francisco pediu que Aparecida continue a proteger o país e o povo brasileiro “neste momento triste”.
Ele disse ainda que acompanha com atenção os acontecimentos no Brasil, que ele chama de amada Nação e lembrou do encontro com Temer na despedida da viagem que fez ao Brasil em 2013, quando afirmou que já começava a sentir saudades do Brasil.
O Papa também citou a primeira exortação apostólica que ele escreveu, intitulada “A Alegria do Evangelho”. No texto aos católicos, o Francisco afirmou que “não podemos mais confiar nas forças cegas e na mão invisível do mercado” e lembrou que o crescimento equitativo exige algo mais do que o crescimento econômico.
Via Blog do Gerson Camarotti
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