Pular para o conteúdo principal

Rafaela Silva: Mulher, negra, pobre, vítima de preconceito e agora medalha de ouro Olímpica


Rafaela Silva, a judoca de 24 anos que nasceu na Cidade de Deus, comunidade carente que fica na zona oeste do Rio de Janeiro, venceu ontem Sumiya Dorjsuren, da Mongólia, e garantiu uma medalha de ouro merecida diante dos olhos de seus familiares que fizeram questão de estarem presentes na luta.







Em casa, ela conseguiu emocionar um país inteiro não somente com sua vitória, mas também por seu exemplo de vida. Perto do ginásio onde ela garantiu essa vitória, fica o Instituto Reação, que é comandado pelo ex-judoca Flávio Canto, onde Rafaela treinou desde a infância. A vitória atual da atleta vem também com ares de superação, visto que em 2012 nos jogos de Londres ela foi desclassificada com uma penalização na primeira luta, fato que marcou sua vida de maneira intensa, já que ela tinha se preparado cerca de quatro anos para poder chegar até lá e competir.




Como se não bastasse essa derrota sobre o tatame, ela foi vítima de racismo explícito nas redes sociais, sendo chamada de macaca e argumentando que sua família se envergonhava da judoca. Em entrevista seu treinador conta que Rafaela chegou a pensar em parar com os treinos, mas por insistência de amigos e familiares ela continuou sua luta pela tão sonhada medalha. Foi então que a vitória no PanAmericano e depois mais uma conquista no mundial e ela mostrou não somente ao Brasil, mas ao mundo, que seu nome é sim um dos maiores tesouros dos esporte nacional e que ela não veio para brincar.