Na semana passada, milhares de leitores se emocionaram com as imagens de uma jovem freira carmelita, a irmã Cecilia Maria, cujo semblante irradiava alegria enquanto ela se preparava para partir deste mundo. As fotos, publicadas originalmente pela Cúria Geral dos Carmelitas Descalços no Facebook, receberam importantes esclarecimentos adicionais dos carmelitas, que deram a sua permissão à Aleteia para contar a inspiradora história da alegria testemunhada no rosto da irmã Cecilia Maria apesar de tanto sofrimento físico.
As fotos que rodaram o mundo são apenas uma parte da história. Para aqueles que viveram o sofrimento da irmã Cecilia Maria ao seu lado, seu testemunho de alegria e de paz era tão radiante quanto o seu rosto.
A notícia do agravamento da sua saúde se espalhou depressa pelo WhatsApp. Até o Papa Francisco acompanhou a situação delicada – e a irmã Cecilia Maria sabia da oração de todos.
Apesar da gravidade da doença, ela não perdeu a alegria, sustentada pelo apoio de seus numerosos familiares, que sempre permaneceram muito próximos. Sobrinhas e sobrinhos se congregavam nos jardins do hospital em que ela ficou internada durante algumas semanas, enviando-lhe mensagens e até balões de hélio pela janela para entretê-la!
Sua alegria foi acompanhada – e explicada – por um profundo estado de oração. Sempre que podia, ela vestia o hábito para participar da missa na capela do hospital. A irmã Cecilia Maria viveu essas missas com a mesma devoção que caracterizava a sua vida no claustro do Carmelo de Villa Pueyrredón, em Buenos Aires.
A jovem religiosa permaneceu bastante lúcida apesar do avanço da doença. Embora já não pudesse falar nos seus últimos meses, seus gestos frágeis na missa davam prova de sua atenção e fervor. Quando as orações dos fiéis incluíam a prece pelos doentes, sua expressão demonstrava a gratidão que sentia.
Os que a viam falavam de seu rosto cheio de paz e alegria como de alguém que aguardava o encontro com Aquele a quem tinha dado a própria vida: Nosso Senhor, Jesus Cristo.
Durante seus últimos meses neste mundo, duas religiosas a acompanharam: uma, sua irmã de sangue, freira do Verbo Encarnado; a outra, uma irmã espiritual da sua ordem. Com ela e como ela, apesar do sofrimento, as duas estavam sempre sorridentes, a exemplo dos membros da família da irmã Cecilia Maria. Todos juntos deram e dão um testemunho precioso do poder da Igreja doméstica, unida para encarar momentos difíceis como esses.
“Estou muito contente”, escreveu a irmã Cecilia Maria em maio, “maravilhada com a obra de Deus através do sofrimento e com tantas pessoas que oram por mim”.
O Papa Francisco, em Roma, tinha assegurado as suas orações por meio de uma mensagem de voz em que declarava saber da sua entrega e dizia que a amava muito. Não foi a primeira vez que o Vigário de Cristo voltou sua atenção à irmã Cecilia. Antes de tomar o hábito, ela tinha tido a graça de contar pessoalmente ao papa João Paulo II sobre a sua vocação.
Algumas horas antes de morrer, a carmelita recebeu a Comunhão molhando os lábios com o Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor. A doença, a essa altura, já tinha tomado a sua língua, “a mais sagrada patena para recebermos o seu Corpo e Sangue”, como ela própria a descrevia.
Assim como Santa Chiara Luce Badano, a irmã Cecilia pediu que, em seu funeral, além da oração, houvesse celebração. O Amado, afinal, iria finalmente abraçá-la!
Ela “adormeceu suavemente no Senhor, depois de uma doença tão dolorosa vivida sempre com alegria e entrega ao seu Divino esposo“, escreveram suas irmãs no Carmelo de Santa Fe, na Argentina, ao anunciarem o seu nascimento para a vida eterna.
Fonte: Aleteia
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