Às 39 semanas de gestação, as contrações começaram. O que parecia ser o início de um parto normal se transformou num caso de vida ou morte.
Quando Melanie e Doug Pritchard se preparavam para ter o primeiro filho, eles procuraram um médico que fosse pró-vida, para ter certeza que ele lutaria pela vida de seu bebê e dela se necessário. Essa decisão fez toda a diferença. Seu primeiro filho Brady nasceu de parto normal e tudo foi bem.
Às 39 semanas de gravidez da segunda filha, livro, professora universitária, começou a sentir contrações. Seu marido Doug a acompanhou até o hospital local na cidade de Phoenix, estado do Arizona, nos Estados Unidos, para o que parecia ser o início de mais um parto normal.
Já no hospital, após verificar que o bebê estava em posição para nascer, o obstetra aguardou até que as contrações aumentassem e finalmente rompeu sua bolsa.
Foi então que algo terrível aconteceu: Mesmo com as funções vitais parecendo normais, Melanie começou a sentir tonturas, náuseas e teve um desmaio.
Enquanto a enfermeira verificava o que havia de errado, os batimentos cardíados e a pressão arterial de Melanie chegaram a zero, e ela ficou totalmente azul. Os batimentos cardíacos e a pressão do bebê, que ainda não havia nascido, também começaram a cair rapidamente. O hospital então emitiu o diagnóstico conhecido no meio médico americano como “Código Azul”, declarando Melanie clinicamente morta, com o bebê ainda dentro de seu corpo. A correria então começou para salvar o bebê, e uma cesariana de emergência foi iniciada.
Doug, no mesmo instante, começou a orar para que sua esposa e filha fossem salvas de alguma forma. Ele conta que nunca havia se sentido tão desesperado e com medo em toda sua vida. Ele orou a Deus algo como: “Senhor, eu sei que isso é mais do que posso suportar, o que significa que tu tens um plano e um propósito com isso tudo, e eu confio em Ti; mas, por favor, se for da Tua vontade, permita-me abraçar minha esposa novamente”.
Logo em seguida, ele começou a contatar a família e amigos implorando para que orassem pela esposa e filha. Família e amigos compartilharam os pedidos de oração nas mídias sociais. Enquanto os pedidos de oração cresciam viralmente e uma pequena multidão se aglomerava no hospital – a situação de Melanie e sua bebê estiveram entre os 100 assuntos mais comentados no Google e Twitter naquele dia 28 de julho de 2010 – em 15 horas, mais de 150 mil pessoas estavam orando e compartilhando a situação com o mundo.
Felizmente o time de médicos foi capaz de salvar o bebê enquanto outro time tentava ressuscitar Melanie usando um desfibrilador por 4 vezes e massagem cardíaca ininterruptamente. Sem sucesso, ela foi considerada morta por 10 minutos até que um médico percebeu uma batida cardíaca falha e fraca, ainda sem pulso. Eles recomeçaram imediatamente o ressuscitamento que durou mais de 90 minutos, até que a pressão voltou a subir lentamente. Embora os médicos houvessem lhe estabilizado,ela ainda apresentava estado gravíssimo, e eram necessárias outras cirurgias, na tentativa de salvar sua vida.
A equipe médica então anunciou aos familiares aglomerados na sala de espera que Melanie havia sofrido um embolismo do líquido amniótico e uma consequente parada cardíaca, e aconselhou que preparassem o adeus.
Enquanto isso, Doug foi visitar sua filha no berçário que havia nascido de cesariana, sem saber se sua esposa estava viva ou morta. As enfermeiras entraram no local e lhe perguntaram qual seria seu nome. Ele respondeu, “Gabriella, a heroína de Deus”.
Os médicos explicaram a Doug que sua esposa teve um embolismo do fluido amniótico, que escapou do útero durante o rompimento da bolsa e entrou em sua corrente sanguínea chegando ao seu coração, o que lhe causou uma parada cardíaca. Ela também apresentava sangramento interno decorrente da cesariana. A previsão era de que ela teria sequelas neurológicas para o resto da vida como resultado da falta de oxigênio por mais de 10 minutos.
Doug foi até a cama onde Melanie estava sendo mantida por aparelhos, segurou sua mão e disse:
“Eu amo você. Eu sempre lhe amarei. Nossos filhos Brady e Gabriella são maravilhosos e amam você. Se você tiver em si mesma qualquer centelha para lutar, então lute. Independentemente de minhas esperanças, prometa-me que você seguirá seu anjo da guarda onde quer que ele lhe guie. Onde ele lhe guiar, será onde Deus precisa de você”.
Em seguida, as coisas pioraram ainda mais. Ela precisou de duas transfusões de sangue e foi transferida de hospital. Durante a cesariana de emergência, uma artéria havia sido rompida, e havia veias entupidas devido ao sangue coagulado, necessitando de mais uma cirurgia delicada. O coração funcionava somente a 5% de sua capacidade, sendo o mínimo de 55 a 65% para sobrevivência. Devido à parada cardíaca, os pulmões falhavam e ela era mantida por um ventilador que supria 100% de sua respiração.
Preocupados de que ela não sobrevivesse àquela cirurgia, os médicos lhe mostraram uma foto de Gabriella, ao que ela reagiu e começou a se mexer e a chorar desesperadamente. Eles então a sedaram e enviaram para a sala de cirurgia. Neste momento, a família renovou as esperanças com mais orações.
O milagre
A cirurgia foi um sucesso e Melanie, miraculosamente, sobreviveu. O sacerdote que os casou anos antes fez uma visita ao hospital e relembrou a Doug, “Isso é ao que você disse ‘sim’ no casamento: Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”.
Nas 24 horas seguintes à cirurgia, ela começou a respirar melhor e foi retirada do ventilador artificial. Totalmente consciente, ela abriu os olhos e pediu para ver o marido e a filha. As enfermeiras trouxeram Gabriella e ela foi capaz de segurar a filha pela primeira vez, após mais de 48 horas de sua cesariana.
Após este momento, a recuperação de Melanie chegou a surpreender toda a equipe médica do hospital.
Ela deixou o hospital 6 dias após aquela emergência, sua recuperação foi total durante as semanas seguintes, sem quaisquer sequelas.
Algum tempo depois, Melanie escreveu um livro contando sua história.
Ela disse:
“Embora eu não me lembre deste evento incrível em minha vida, sou grata por estar viva e abraçar meu marido e filhos em meus braços diariamente. Sou grata por cada post feito no Facebook, Twitter, artigos que foram escritos e postados em sites do mundo todo, e principalmente a todos os que oraram e compartilharam com outros que oraram por mim, uma estranha. Palavras não podem expressar minha gratidão pela multidão de orações que me cobriram nesse evento traumático. Sou feliz por dizer que as orações funcionaram! Graças às mãos dos médicos, enfermeiras, doadores de sangue, e um Deus misericordioso, Gabriella e eu estamos vivas e bem, e eu me recuperei completamente.”
Em 2014 em um artigo escrito por ela mesma, após 4 anos, ela compartilhou um testemunho:
“Não há um dia em que eu não agradeça a Deus por me permitir sobreviver e me inspirar a escolher um hospital a favor da vida. Eu agradeço a Deus por permitir que Doug, Brady, Gabriella e eu fôssemos uma família novamente e por me dar a oportunidade de testemunhar sobre Sua infinita graça, misericórdia e amor por cada um de nós. Deus tem o poder de nos tirar da escuridão, mesmo do vale da morte, e nos trazer de volta à luz, e por isso, eu O agradeço!”
Via Catholicus
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