Ela ia ser atropelada e morta. Mas um anjo apareceu na hora exata.


Era por volta das 18 horas do dia 10 de janeiro de 2011 quando a analista de Recursos Humanos Aline Alves estava parada para atravessar a rua, na esquina entre as ruas 24 de Maio e Barão do Bom Retiro, no bairro do Engenho Novo, Rio de Janeiro, até que aconteceu algo inesperado.



Estava parada a poucos metros do semáforo, quando veio uma senhorinha na minha direção e perguntou se eu poderia ajudá-la a atravessá-la na faixa de pedestres. A princípio hesitei, porque eu não queria caminhar até a faixa e, como a mulher andava com dificuldade, isso me atrasaria. Mas acabei cedendo. Enquanto esperávamos o sinal fechar, um ônibus não conseguiu fazer a curva e subiu a calçada no exato lugar onde eu estava parada antes”, relata a jovem, que se emociona só de lembrar.

Comecei a tremer vendo a cena e me esqueci da velhinha. Até hoje não sei pra que lado que ela foi. Já voltei várias vezes ao lugar, atrás dela, perguntei a algumas pessoas, mas ninguém diz ter visto uma pessoa com as descrições que dei. A única coisa que sei é que se não fosse aquele santo anjo eu teria sido atropelada ou até mesmo morta com o tamanho do acidente”, completou.

Aline usou uma expressão muito popular para se referir à pessoa que ela afirma ter salvado a sua vida: um anjo. Eles estão presentes na cultura, nas artes, na vida de fé, em diferentes religiões, no imaginário das pessoas, desde as mais fervorosas até as mais céticas. Mensageiros de Deus, filhos do Altíssimo, santos, seres de luz. Estas são designações recorrentes para falar dos anjos.



Mas eles existem de fato?

Anjo (do latim angelus e do grego ággelos – “mensageiro”), segundo a tradição judaico-cristã, a mais divulgada no Ocidente, é um ser espiritual puro que está acima do ser humano. Apesar da sua grande perfeição, os anjos são seres criados e, portanto, diferentes de Deus, que é o espírito criador a quem servem. “Pela mesma razão, não são autossuficientes, mas dependem, como todas as criaturas, de Deus que lhes deu o ser e os mantém na existência”, explica o padre Agnaldo José dos Santos, estudioso dos anjos  e um dos propagadores dessa espiritualidade dentro da Igreja Católica, instituição que mais se aprofundou na compreensão desses seres.

A fé cristã na existência dos anjos foi explicitada no Concílio de Latrão, realizado em 1215, ao proclamar solenemente que “no seu poder infinito, Deus criou no princípio do tempo e do nada todas as criaturas, tanto as corporais como as espirituais, primeiro as angélicas, depois as corporais e por último o homem, composto de espírito e matéria”.

Só no Novo Testamento da Bíblia, os anjos aparecem inúmeras vezes. Foi um anjo que apareceu a Zacarias para anunciar que sua esposa, Isabel, mesmo na velhice, daria a luz a João Batista. O mesmo anjo apareceu à Maria para anunciar que dela nasceria o Filho de Deus. Um coro de anjos cantou o nascimento de Jesus e, pouco depois, um anjo aconselha José a fugir com sua esposa e o menino para o Egito. O próprio Cristo menciona os anjos em suas pregações, como na passagem em que alerta no capítulo 18, versículo 10, do Evangelho segundo Mateus: “Guardai-vos de menosprezar um só destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus”.

O Antigo Testamento, também cita essas criaturas angélicas muitas vezes. Um anjo detém o braço de Abraão, impedindo-o de sacrificar o filho Isaac, e lhe promete a recompensa pela sua obediência a Deus. Há um livro inteiro da Bíblia que relata a ajuda de um anjo à família de Tobias, entre outros exemplos.

Muitos teólogos judaico-cristãos vão dizer que os anjos são gêneros literários que representam o próprio Deus se manifestando à humanidade. Porém a Igreja Católica reafirma a fé nesses seres. “A existência dos seres espirituais não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a este respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição”, destaca o Catecismo da Igreja Católica. Mesmo sendo seres espirituais, os anjos são retratados ao longo da história com formas humanas, ressaltando sua condição de criaturas, e, com asas, simbolizando a liberdade.

Alguns estudiosos defendem que existe uma hierarquia entre os anjos: serafins, querubins, tronos, dominações, virtudes, potestades, principados, arcanjos e os anjos da guarda – que acompanham individualmente cada ser humano.

A Bíblia chega a mencionar o nome de três arcanjos. Miguel (Quem como Deus) é aquele que combate o dragão que se rebela contra Deus (Lúcifer, príncipe dos demônios). Gabriel (Força de Deus), que em muitos momentos do Antigo Testamento defende o povo de Deus e no Novo Testamento defende o povo de Deus e no Novo Testamento foi quem anunciou o nascimento de Jesus a Maria. Rafael (Deus Cura), citado no livro de Tobias, sendo também chamado de Médico de Deus. 

via Família Cristã
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