A noite gelada chegou, no rigoroso inverno europeu, e seus pais, com o coração partido de dor, recorreram às autoridades. A notícia correu de boca em boca. O povoado inteiro se mobilizou. Os jovens, com tochas, percorreram as redondezas do local e da cidade vizinha, mas a pequena não aparecia em lugar nenhum. Era 18 de janeiro de 1896.
No dia 19, os habitantes das cidades vizinhas foram avisados, e todos procuravam a menina com ansiedade. As pessoas esperavam encontrar pelo menos seu cadáver, supondo que ela não teria resistido ao frio da noite anterior.
Às três da tarde, seus tios, que persistiam na busca, viram-na encostada em uma grande pedra, atrás da qual havia um enorme precipício. A menina parecia estar morta. No entanto, ao ouvir a voz dos seus tios, ela se levantou e se dirigiu a eles com os bracinhos levantados, como se estivesse acordando de um profundo sonho. Sua tia, abraçando-a com força e chorando de emoção, perguntou-lhe:
– Querida, você não passou frio à noite?
Então, e menina respondeu sorrindo que não tinha sentido frio algum, porque havia uma mulher com ela, que a cobria com seu manto. A tia, com olhos arregalados, continuou perguntando:
– Uma mulher passou a noite com você?
– Sim, tia, uma mulher boa e carinhosa – respondeu.
– Mas o que essa mulher lhe dizia? Você não via as luzes das nossas lanternas, não ouvia nossos gritos?
– Sim – disse a menina. Mas a mulher me disse: “Não se mexa, minha filha, já virão buscá-la”.
As pessoas simples aquele povoado, entusiasmadas com o que ouviam, gritavam: “Milagre! Milagre!”. No dia seguinte, celebraram uma missa solene em ação de graças. A menina foi levada até a imagem de Nossa Senhora do Carmo e, nesse momento, disse para a sua mãe:
– Mamãe! Mamãe! Esta é a mulher que me cobriu ontem!
Essa menina esteve prestes a cair em um precipício, pois era noite e não se enxergava nada. Foi por isso que Nossa Senhora, como boa mãe, ficou com ela junto àquela pedra, para que, durante a noite, a pequena não errasse o caminho e não se dirigisse ao lado do precipício, onde havia um grande abismo.
Por isso, quando a menina escutava os gritos e via as tochas acesas, Nossa Senhora lhe pedia para não se mexer, que em breve viriam buscá-la, pois, ao estar no escuro e ter o precipício ao seu lado, certamente teria caído nele se tivesse tentado sair do lugar.
* * *
E você, quando se sente desolado e perdido no escuro, prefere caminhar sozinho, correndo o risco de cair no precipício, ou coloca sua vida nas mãos de Maria?
via Web Júnior
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