Família sobrevive a explosão no RJ. Pai clamou pela intercessão Nossa Senhora e cena comoveu


A oração que eu pedi foi exatamente para Nossa Senhora, e naquela hora eu pedi que aquele local que a gente sempre teve ela, era o local que estava precisando que ela ajudasse, disse Valdecir Galdino da Silva.





A única coisa que eu pedia era para que Deus salvasse minha filha. Eu sabia que meu esposo já estava salvo. Eu pedia para Nossa Senhora salvar minha filha. Podia me levar, e deixava minha filha viva, Ana Keila.



Com informações do Jornal o Globo:

RIO — No domingo à noite, aproveitando que o calor tinha dado uma trégua e a temperatura estava amena, Beatriz Galdino de Araújo, de 9 anos, resolveu dormir na cama dos pais, Valdecir Galdino da Silva, de 47, e Ana Keila Magalhães de Araújo, de 38. Foi o que salvou a menina — a casa da família foi uma das que desmoronaram — de uma tragédia ainda maior. Antes de sair dos escombros, com ferimentos leves e um corte no pé, Valdecir cavou com as mãos um buraco nos destroços para garantir que a filha, que ficou três horas soterrada, conseguisse respirar.


Graças ao pai, e a um armário que caiu sobre seu corpo, protegendo-a, Beatriz foi retirada dos escombros sem ferimentos graves. E relatou o sufuco pelo qual passou:

— Metade do muro estava sobre a minha cabeça.

Logo depois, foi a vez de a mãe, Ana Keila, ser salva. Levadas para o Hospital Souza Aguiar, as duas receberam alta nesta segunda-feira mesmo.

— Ainda bem que a minha filha estava dormindo comigo e com meu marido. Se ela estivesse na caminha dela, poderia ter ficado ferida gravemente — disse Ana Keila, contando que a maior preocupação de Beatriz, dentro da ambulância, era saber como faria para ir à escola, já que perdera o uniforme.

Ao sair do hospital, Beatriz disse que deseja voltar à rotina:

— Eu penso em voltar à minha vida normal e para a minha escola. Estou bem, foi só um susto.

A família de Beatriz era dona do restaurante Ipueiras e de quitinetes, que estavam alugadas. Numa delas, estavam Manoel Lopes de Araújo, de 84 anos, e o filho, Mauro Lopes de Araújo, de 44. No momento da explosão, ambos dormiam.

— Acordamos debaixo de escombros. Ficamos cerca de meia hora esperando para ser retirados. Meu pai dizia que estava morrendo. Pedi calma a ele e disse que os bombeiros estavam chegando. Ele estava com dificuldades para respirar — disse Mauro, que teve ferimentos leves e recebeu alta já de manhã.