No Evangelho desta quinta-feira, Jesus chora sobre Jerusalém. O papa Francisco partiu deste episódio impactante e quase imperscrutável da vida de Cristo (Deus que chora!) para construir uma homilia profunda e ao mesmo tempo singela sobre o amor de Deus pelos seus filhos – inclusive pelos piores dentre os seus filhos.
“Jesus chora sobre Jerusalém, a cidade que mata os profetas, aqueles que anunciam a sua salvação. E Deus diz para Jerusalém e para todos nós: ‘Quantas vezes eu quis reunir os teus filhos como a galinha junta os pintinhos debaixo das asas, e tu não quiseste!'”.
Deus, esperando a resposta de cada filho ao seu amor! Deus ama a tal ponto que esse amor se transforma em sua “fraqueza”! Por amor, Ele não pode nos obrigar a corresponder. “Todo homem, toda mulher, pode recusar o presente” de Deus, observa o papa Francisco. “Mas o presente está aí”.
E enfatiza o papa: “Deus não pode ficar longe de nós. Esta é a ‘impotência’ de Deus! Deus é poderoso, pode fazer tudo! Menos uma coisa: ficar longe de nós”.
Ainda na liturgia de hoje, a primeira leitura mostra São Paulo indagando: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. E ele mesmo responde: “Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus”.
E não é por mérito nosso, mas porque o Amor de Deus é indestrutível quando o aceitamos. “Não é que nós vençamos os nossos inimigos, o pecado. Não! Nós estamos tão vinculados ao amor de Deus que nenhuma pessoa, nenhum poder, nada pode nos separar desse amor! Paulo viu nesse dom Aquele que dá o dom: é o dom da recriação, do renascimento em Cristo Jesus. Ele viu o amor de Deus. Um amor que não tem explicação”.
E Deus chora por amor!
Disse o papa Francisco: “Jesus chorou! Chorou sobre Jerusalém e aquele pranto é toda a ‘impotência’ de Deus: a incapacidade dele de não amar, de ficar longe de nós. Deus chora, chora por mim quando me afasto dele; chora por cada um de nós; chora pelos iníquos, que fazem tanta coisa ruim, tanto mal à humanidade… Ele aguarda; não condena. Ele chora. Por quê? Porque ama! Deus não pode não amar!”
“Eu posso rejeitar esse amor, como o bom ladrão que o rejeitou mesmo no final da vida. Mas aquele amor estava lá, esperando por ele. O pior dentre nós, o maior dos blasfemos é amado por Deus com uma ternura de pai, de papai”.
Deus, como disse o próprio Cristo, é uma galinha que abre as asas para os seus pintinhos. Sempre.
Fonte: Aleteia
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