Pais de siameses não contam sobre a morte de gêmeo a filho sobrevivente


Os pais dos gêmeos siameses que foram separados em Goiânia preferiram não contar, por enquanto, sobre a morte de Arthur Brandão, de 5 anos, ao irmão, Heitor Brandão. O menino sobrevivente segue internado, neste sábado (28), em estado grave no Hospital Materno Infantil (HMI).



Amiga da família, Marla Rodrigues conta que o casal contará ao filho sobre o ocorrido após a melhora do garoto, que apresenta febre e respira com a ajuda de aparelhos. "Não contaram para não piorar a situação dele, tem que esperar uma hora em que ele estiver melhor", disse ao G1.

Arthur morreu na noite de sexta-feira (27) após sofrer duas paradas cardíacas. Os siameses passaram pela cirurgia de separação na última terça-feira (24) e, desde então, estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica.

Os pais das crianças, Delson e Eliana Brandão, optaram por enterrrar Arthur na Bahia, onde a família do casal mora. Acompanhados de familiares, eles partiram em uma van para o estado nordestino por volta das 12h30 deste sábado.,



Segundo Marla, antes de viajar, o casal se despediu de Heitor na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica. A mãe contou que ia se ausentar um pouco, mas deixaria familiares cuidando dele. "Ela foi ao hospital e falou para o Heitor que não ia poder ficar por perto alguns dias, mas que ela vai e volta e deixaria o Leonardo [irmão adotivo] e uma prima cuidando dele. Ela perguntou de podia ser  e ele disse que podia ser", contou a amiga do casal.

O corpo de Arthur deve chegar às 20h deste sábado em Riacho da Santana, onde será velado na casa da avó materna. Por volta de 9h de domingo (1º), ele será encaminhado a Botuporã (BA) para ser velado na casa da mãe de Delson. O enterro está previsto para as 13h30, no cemitério da cidade.

A família está muito abalada com a morte de Arthur. Delson postou nas redes sociais homenagens ao filho. Ele escreveu que este é o momento “mais doloroso” que já passou e agradece ao menino por ter transformado a vida deles.

“Obrigado Tuka! Painho irá carregar você dentro de mim como sempre vinha carregando. Painho só tem que agradecer por tudo que fez em minha vida. Te amo como sempre te amei. Te amo do tantão do universo dos planetas de Deus”, escreveu Delson.




Siameses


A mãe dos siameses se mudou de Riacho da Santana para Goiânia um mês antes do nascimento dos filhos para que eles tivessem acompanhamento desde o parto, em maio de 2009. Após o nascimento, ela voltou para a terra natal por um período e, desde 2010, mora em Goiânia com os siameses. O marido e a filha mais velha, de 7 anos, continuaram no Nordeste.

Os gêmeos eram unidos pelo tórax, abdômen e bacia, compartilhando o fígado e genitália. Desde que nasceram, eles eram preparados para a cirurgia de separação. Os siameses passaram por 15 procedimentos cirúrgicos, entre eles alguns para implantação de expansores no corpo para que tivessem pele suficiente para a separação. Os meninos só alcançaram as condições necessárias para a cirurgia neste ano.

A cirurgia de separação durou mais de 15 horas e envolveu 51 profissionais. Os médicos informaram que o procedimento transcorreu dentro do esperado. Inclusive, eles tiveram uma boa notícia, pois, diferentemente do que acreditavam, cada um dos gêmeos tinha um intestino, uma bexiga e uma vesícula.

Horas antes de Arthur morrer, a mãe e o pai, Delson Brandão, visitaram as crianças e viram Heitor acordado pela primeira vez. Eles se emocionaram ao ver o filho abrir os olhos e chamar por Arthur. "Fiquei muito emocionada, sem palavras. Não dá para descrever tamanha emoção, apenas sentir. Não esperávamos vê-lo acordado. Quando chegamos e falei o nome dele, ele abriu os olhos. Levei-o para ver o Arthur e ele jogou beijos para o irmão, que estava dormindo", contou. Fonte: G1

Gostou da notícia? Compartilhe em seu Facebook clicando no botão abaixo: