Crer que Deus é nosso Pai tem consequências
enormes para toda a nossa vida, e exige de nós algumas atitudes!
Sabemos que esta é a “Oração perfeita”, pois
saiu do coração de Jesus quando um dos discípulos pediu-lhe que os ensinassem a
rezar (Lc 11,1). São sete pedidos perfeitos ao Pai. Saudamos a Deus como Pai –
uma ousadia de amor – e lhe fazemos três pedidos para a Sua Glória e realização
de Sua santa vontade, e mais quatro pedidos para nossas necessidades.
O Pai Nosso é o resumo de todo o Evangelho,
como disse Santo Agostinho, “Percorrei todas as orações que se encontram nas
Escrituras, e eu não creio que possais encontrar nelas algo que não esteja
incluído na Oração do Senhor”.
No Sermão da Montanha e no Pai Nosso a Igreja
ensina que o Espírito Santo dá forma nova aos nossos desejos, o que anima a
nossa vida. De um lado Jesus nos ensina uma “vida nova”, por palavras, e por
outro lado nos ensina a pedi-la ao Pai na oração, para a podermos viver.
É a oração dos filhos de Deus, que deve ser
rezada com o coração, na intimidade com o Pai, para que se torne em nós
“espírito e vida”. Isto é possível porque o Pai enviou aos nossos corações o
Espírito do Seu Filho que clama em nós Abba, Pai. (Gal 4,6), e nos fez seus
filhos adotivos em Jesus Cristo.
De pecadores que somos, mas perdoados em
Cristo, podemos levantar os olhos para o Pai e dizer “Pai Nosso”.
Crer que Deus é nosso Pai tem consequências
enormes para toda a nossa vida, e exige de nós algumas atitudes:
1 – Conhecer a majestade e a grandeza de
Deus. “Deus é grande demais para que o possamos conhecer”(Jó 36,26). Santa
Joana D`Arc disse, “Deus deve ser o primeiro a ser servido”.
2 – Viver em ação de graças. Tudo o que
somos e possuímos vem Dele. “Que é que possuis que não tenhas recebido?”(1Cor
4,7). “Como retribuirei ao Senhor todo o bem que Ele me fez?”(Sl 116,12).
3 - Confiar em Deus em qualquer
circunstância, mesmo na adversidade. “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus
e sua justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo”(Mt 6,33).
4 - Conversão continua e vida nova.
Desejo e vontade de assemelhar-se a Ele, pois fomos criados a sua semelhança.
5 - Se comportar como filho e não como
mercenário que age por interesse ou escravo que obedece por temor.
6 - Contemplar sem cessar a beleza do
Pai e deixá-la impregnar a alma.
7 - Cultivar um coração de criança,
humilde e confiante no Pai, pois é aos pequeninos que Ele se revela.
8 – Conversar com Deus como seu próprio
Pai, familiarmente, com ternura e piedade.
9 – Ter a esperança de alcançar o que
lhe pede na oração. Como Ele pode nos recusar alguma coisa se nos aceitou
adotar como filhos.
10 - Conhecer a unidade e a verdadeira
dignidade de todos os homens, todos criados a imagem e semelhança de Deus (Gen
1,27).
11 - Desapegar-se das coisas que nos
desviam Dele. “Meu Senhor e meu Deus, tirai de mim tudo o que me afasta de vós.
Meu Senhor e meu Deus, dai-me tudo que me aproxima de vós. Meu Senhor e meu
Deus, desprendei-me de mim mesmo para doar-me inteiramente a vós.” (S. Nicolau
de Flue).
O Pai nos ama tanto que não nos quer perder
de forma alguma para os deuses falsos que querem lhe roubar a glória e o nosso
coração. Por isso o Pai nos corrige com “correção paterna”(cf. Hb 12,4s). Nem
sempre entendemos os seus mistérios, mas Ele sabe o que precisamos e conduz a
nossa vida com amor.
Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja
disse, “Tudo procede do amor, tudo está ordenado à salvação do homem, Deus não
faz nada que não seja para esta finalidade”.
Prof.
Felipe Aquino