O arcebispo de
Aparecida (SP) e presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), Dom Raymundo Damasceno,
afirmou em entrevista ao G1 que “acolher pessoas do mesmo sexo não
significa aprovar suas escolhas". O cardeal está no Vaticano participando
do sínodo dos bispos e pediu, durante discurso na última quarta-feira (8), que
a Igreja Católica acompanhe “situações familiares difíceis”, como considera no
caso dos homossexuais.
“Somos chamados a
acolher toda pessoa, porque é criatura de Deus. Sem fazer discriminações do
ponto de vista étnico, religioso, sexual e moral. Mas isso não significa que
estamos aprovando o que a pessoa faz. Para nós, o matrimônio é união entre
homem e mulher em vista de uma comunhão total, para a geração da vida”, afirma.
Nessa segunda-feira
(13), um documento do Vaticano
declarou que os homossexuais têm “dons e qualidades a oferecer” e
indagou se o catolicismo pode aceitar os gays e reconhecer aspectos positivos
de casais do mesmo sexo.
Para Dom Raymundo, o
sínodo extraordinário, que tem como tema a família, é uma oportunidade para que
a Igreja possa avançar nestas questões e lidar melhor com elas. “Após este
processo teremos orientações mais concretas para ajudar igrejas, paróquias a
lidar com essas pessoas e ajudá-las de alguma forma”, avalia.
O cardeal também
considera que a Igreja tem evoluído neste debate, uma vez que busca ouvir
experiências vividas em pastorais, mas não deverá mudar seus valores básicos.
“Esperamos que, neste processo sinodal, essas experiências sejam mais
aprofundadas e partilhadas e a Igreja possa discernir e propor caminhos para
que nas Dioceses, Paróquias e Comunidades se ofereça acompanhamento específico
para pessoas homossexuais que procuram apoio”, disse.
A primeira etapa do
sínodo, convocado pelo Papa Francisco, acontece desde o dia 5 de outubro e se estende
até o próximo domingo (19) no Vaticano.
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