Os sinais devem nos mostrar o quanto Deus nos ama
Deus é, em primeiro lugar, “a fonte e a origem de todas as bênçãos”, assim escutamos do sacerdote como uma das opções de bênçãos no fim da Missa. É de Deus que provém a bênção. Ele, em Sua grandeza e bondade, olha para o ser humano com misericórdia e derrama sobre ele as Suas bênçãos.
Nós somos alvos da bênção de Deus. Em nossa catequese familiar ou de Igreja, aprendemos a pedir a bênção para o pai, para a mãe, o avô, a avó e até para os padrinhos e tios.
Muitos têm o costume de pedir ao sacerdote que lhes de a bênção, e é muito comum também as pessoas pedirem para que seus objetos sejam abençoados. Os objetos litúrgicos, móveis, a própria igreja ou capela são abençoados, porque ali são realizados atos litúrgicos, com os quais vivenciamos melhor os sacramentos. Assim, temos um encontro com o Senhor. Os objetos, as imagens, as medalhas são sinais que nos ajudam na caminhada com Deus. Ao pedirmos a bênção sobre esse ou aquele item, não devemos fazê-lo de maneira supersticiosa, como se fosse um amuleto.
Tal medalha, imagem ou terço devem nos ajudar na compreensão do divino, devem nos levar a Deus, ser um sinal que nos incentive na busca por Ele. Os sinais devem nos mostrar o quanto o Senhor nos ama. Por que precisamos de sinais, de imagens e templos? Por que é importante que uma imagem seja bonita, que a arquitetura de uma igreja seja bem harmônica? Exatamente para nos remeter ao Senhor de nossa vida. Quantas pessoas mudaram de vida ou se lembraram de Jesus quando olharam para a cruz de uma igreja? Quantas, com seus sinais, medalhas, crucifixos e terços desistiram de fazer o mal, de tirar a própria vida? Quantos resistiram e tiraram forças de onde não tinham por causa de um sinal que carregavam?
Repito, não é o sinal pelo sinal como um amuleto, mas porque aquela medalha, aquele terço nos remeteu ao Senhor ou a algum(a) santo(a); e, por graça de Deus, porque é Ele quem faz, fomos salvos, desistimos de fazer o mal, propusemo-nos a fazer o bem.
Os objetos de piedade abençoados se tornam um sacramental, um sinal de Deus. Com esses objetos, clamamos a proteção divina; com eles, dizemos que seguimos o Cristo, que pertencemos a Ele.
No ritual de bênçãos, dentre várias delas, está prevista a de objetos para a prática devocional. Após o sinal da cruz, há uma introdução que diz: “… no momento de invocarmos sobre esses símbolos e imagens a bênção de nosso Senhor, deve-se atender ao seguinte: que cada um de nós ofereça o testemunho de vida cristã tão autêntico quanto o que exige de nós o fato de ostentarmos o uso desses objetos”. Ou seja, peço a bênção, uso tal sinal bento e dou testemunho de uma vida cristã.
Por fim, portar um sinal, uma medalha, um crucifixo, usar uma veste litúrgica não nos faz santos(as), mas tais sinais nos ajudam ou exigem de nós uma postura santa, de gente de bem. Não dá para portar um crucifixo e viver na mentira, não dá para usar a medalha de um(a) santo(a) e viver numa indisponibilidade no amor ao próximo. Peçamos a bênção do Senhor sobre nós, levemos a um sacerdote nossos objetos de piedade para que sejam abençoados e produzamos frutos de perseverança, e que os símbolos que ostentarmos não só nos protejam, mas nos lancem para o serviço amoroso àqueles que encontrarmos.
Padre Márcio