Em sua conferência, que faz parte do Primeiro Congresso
Internacional Mariano sobre a Virgem de Guadalupe que se celebra em Phoenix e
que é organizado pelos Cavaleiros de Colombo, o perito explicou que “todos os
tecidos similares a do Manto que foram colocadas em ambientes úmidos e salinos
como o que rodeia a Basílica, não duraram mais de dez anos”.
Uma pintura que copia a imagem de Guadalupe feita em 1789
confirma este fato. “Esta imagem foi impressa com as melhores técnicas de seu
tempo, a cópia era formosa e estava feita com um tecido bastante similar a do
Manto original. Além disso, também estava protegida com um vidro desde que foi
colocada ali”, indicou.
Entretanto, “oito anos depois, esta cópia teve que ser
desprezada porque estava perdendo as cores e as fibras se estavam rompendo. Em
contraste –precisa Orozco– o Manto original já vem sendo exposto por 116 anos
sem nenhum tipo de amparo, recebendo todos os raios infravermelhos e
ultravioletas de dezenas de milhares de velas que estavam perto dela; e estava
exposta à umidade e o ar salino que rodeia ao templo”.
Uma das características mais interessantes do Manto,
prossegue, “é que a parte de trás deste tecido é rugoso e pouco liso; enquanto
que a parte de adiante (onde está a imagem de Guadalupe) é ‘tão suave como a
seda’ como assinalavam os pintores e cientistas em 1666; e confirmou quase cem
anos depois, em 1751, o pintor mexicano Miguel Cabrera”.
Depois de comentar que o Manto é feito de fibras de
Agave, Orozco relatou dois fatos milagrosos que têm relação direta com sua
conservação. O primeiro ocorreu em 1785 quando um trabalhador acidentalmente
derramou um líquido composto por 50 por cento de ácido nítrico na parte direita
do tecido. “Está fora do entendimento natural o fato que o ácido não tenha destruído
a malha; e que ademais não danificasse as partes coloridas da imagem”,
precisou.
O segundo, disse logo, relaciona-se com a explosão de uma
bomba perto do Manto em 1921, que ocorreu a 150 metros da mesma e que destruiu
todos os vidros nesse raio. Entretanto, explicou o perito, “inesperadamente,
nem o Manto nem o vidro comum que a protege foram danificados ou quebrados”. O
único afetado foi um Cristo de ferro que terminou dobrado.
“Não há explicação para o fato que as ondas expansivas
que romperam os vidros a 150 metros ao seu redor não destruíram o que cobria a
Manto. Alguns dizem que o Filho, com o crucifixo que sim foi afetado, protegeu
a imagem de Sua Mãe. O certo é que não temos uma explicação natural para este
evento”, concluiu.
O Dr. Adolfo Orozco é físico e investigador do Instituto
de Geofísica da Universidade Nacional Autonômica do México desde 1970. Ele já
publicou 13 trabalhos em revistas internacionais de sua área de investigação:
raios cósmicos, geomagnetismo e história da ciência; e apresentou 42 trabalhos
em Congressos Nacionais e Internacionais sobre sua especialidade. Foi sócio
fundador e Secretário Geral do Centro Mexicano da Sindonologia de 1983 a 1998,
que dirige desde 1999. É membro do Instituto Superior de Estudos Guadalupanos,
desde setembro 2004.