Eliseu era considerado pelo povo um “homem de Deus” (2 Rs 5, 8a), cheio do
Espírito do Senhor, por isso realizava milagres e prodígios, como a cura de
Naamã, o sírio (2 Rs 5, 9-14). Este grande homem de Deus do Antigo Testamento
também era conhecido por muitos como profeta (2 Rs 5, 3b). Como o profeta
Eliseu, somos também chamados a ser homens e mulheres de Deus, que estão
sempre na presença do Senhor, pelos sacramentos, pela oração, pela caridade.
Por esta pertença a Deus, como Eliseu, o Senhor quer que sejamos profetas,
anunciadores da Palavra de Deus e testemunhas de Jesus Cristo.
Como diz o salmista, “A minh’alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo” (Sl
41, 3a). Somos criados por Deus e para Deus, por isso, nossa alma tem sede de
Deus e deseja o Deus vivo! Deus nos criou para sermos inteiramente Dele, não
porque ele quer nos prender, nos dominar. Ao contrário, quando nos entregamos
totalmente a Deus vivemos a plena liberdade, pois foi para essa união plena
com o Senhor que fomos criados.
Nossa vocação é sermos homens e mulheres do Senhor, do Deus da nossa alegria
(cf. Sl 42, 4b). Este Deus, que se fez homem em Jesus Cristo, quer a nossa
realização, a nossa felicidade. Porém, a nossa realização como homem de Deus e
profeta passa pela rejeição e pela perseguição, como nos adverte o próprio
Cristo: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua
pátria” (Lc 4, 24).
O grande profeta Elias, que enfrentou sozinho quatrocentos e cinquenta
profetas de Baal (cf. 1 Rs 18, 22) e os venceu pelo poder do Espírito do
Senhor, foi um dos muitos profetas do Antigo Testamento que foram perseguidos
(cf. 1 Rs 18, 20-40; 19, 1-3). Jesus Cristo, que foi confundido com o profeta
Elias (cf. Mt 16, 14), também foi perseguido. Ele sofreu calúnias e
perseguições por parte de seu próprio povo, em Nazaré, na Galileia (cf. Lc 4,
24-30), mas também em outros lugares por onde passou. Como Elias e o próprio
Jesus, se nós formos homens e mulheres de Deus, profetas do Senhor, se formos
confundidos com Cristo, certamente seremos também perseguidos: “Lembrai-vos da
palavra que vos disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se me
perseguiram, também vos hão de perseguir” (Jo 15, 20).
Assim, a perseguição faz parte da vocação de homens e mulheres de Deus, de
profetas do Senhor. Porém, não devemos temer, mas buscar sempre nosso refúgio
no Senhor, como fez Elias (cf. 1 Rs 19, 1-18). Jesus nos garante que nossa
vocação não será em vão: “Se guardaram a minha palavra, hão de guardar também
a vossa” (Jo 15, 20b). Em nossos medos e angústias, façamos como os primeiros
apóstolos e discípulos, que estavam reunidos em oração com a Virgem Maria no
cenáculo em Jerusalém(cf. At 1, 14). Nossa Senhora gerou Cristo, a Cabeça da
Igreja, e os seus primeiros membros no Pentecostes, pela ação dos Espírito
Santo (cf. At 2, 1-13). Ao nos unimos a Virgem Santíssima em oração, somos
gerados membros de Cristo e da Igreja, pela ação do Espírito Santo. Esta
dinâmica aconteceu e continua a acontecer em nós e em toda a Igreja até o fim
dos tempos, com a vinda definitiva de Jesus Cristo (cf . Ap 22, 6-7) e a
consumação do Reino dos Céus.
via Canção Nova
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