Discípulo do sábio mestre Gamaliel, era
Paulo havido por homem de grande inteligência e de espírito
superior, gozando, portanto, de certa consideração na alta sociedade de
Jerusalém. A sua conversão inesperada, de certo causou sensação
extraordinária na capital do judaismo. Conhecido de todos, como inimigo
fidagal da religião de Cristo e seu cruel perseguidor, era natural que a
notícia dessa conversão fosse pelos Apóstolos recebida com
muito cepticismo e grande desconfiança.
Depois
do acontecimento grandioso da conversão, Paulo ficou alguns
dias em Damasco. Causou grande confusão entre os ouvintes, na Sinagoga
daquela cidade, a narração da visão que teve, e o ardor com que se
confessava em favor de Cristo e de sua doutrina. De Damasco se dirigiu para a
solidão da Arábia, onde ficou três anos, fazendo grandes penitências e
entregando-se ao estudo da religião. Passado esse tempo, voltou a
Damasco, onde foi muito mal recebido pelos Judeus, que quiseram matá-lo.
Vigiaram a casa onde estava e foi devido à dedicação de
alguns cristãos, que conseguiu fugir, descendo num cesto pelo muro afora.
Em Jerusalém, para onde se dirigiu então foi-lhe
difícil achegar-se aos Apóstolos, que o temiam, e não disfarçavam a
desconfiança que lhes inspirava aquela conversão. Foi
por intermédio de Barnabé, que Paulo conseguiu ser-lhes
apresentado. Desde que os Apóstolos se convenceram da verdade
e solidez da conversão, com eles ia a vinha em Jerusalém,
procurando sempre o contato com os gentios. Os judeus, por seu turno,
não lhe perdoaram a apostasia e tramaram contra sua existência. Por
esse motivo deixou Jerusalém e foi por Cesaréia para Tarso, sua
terra natal, onde permaneceu três anos, pregando o nome e a doutrina de
Jesus nas regiões da Síria e Cilícia.
Essa
pregação teve por resultado a conversão de muita gente. Em companhia
de Barnabé seguiu para Antióquia, onde fundaram a primeira
comunidade cristã. Achando-se a Igreja de Jerusalém em situação aflitiva, em
conseqüência da guerra que lhe fazia a sinagoga, Paulo
e Barnabé arrecadaram esmolas, com que socorreram os irmãos na
metrópole. Em Jerusalém receberam ordem de continuar a pregação entre os
gentios. De Antióquia dirigiram-se para a Seleucia e daí
foram para a ilha de Chipre. Percorrida toda a ilha até
Pafos, foram chamados para junto do proconsul Sérgio Paulo, homem reto
que desejava ouvir a Palavra de Deus. Um mago, judeu, falso profeta,
chamado Simão, procurou desviá-lo da fé. Paulo, cheio do Espírito Santo,
encarando-o em face disse-lhe: "Filho do diabo, inimigo de toda justiça,
eis que a mão de Deus te castiga; não verás mais por algum tempo a
luz do sol". Logo espêssas trevas o cercaram e tateava,
procurando quem o guiasse. À vista disto, o proconsul se converteu.
De Pafos, Paulo com o companheiro, passou para
Perga e de lá para Antióquia. Houve tantas conversões, que os judeus,
enchendo-se de inveja, moveram perseguição contra os Apóstolos.
Estes, então, se retiraram e foram-se para Listra, passando por
Iconium.
Em Listra
havia um paralítico que recuperou a saúde pela imposição das
mãos de Paulo. O povo, vendo isto, julgou estar em presença
de deuses e quis dar-lhe honras divinas. Os judeus, perseguindo
sempre o Apóstolo, vieram de Antióquia, prenderam-no, levaram-no para fora da
cidade, apedrejaram-no, deixando-o como morto. No dia seguinte, porém,
seguiu para Derbéia, onde ganhou muitos discípulos.
Quando
mais tarde voltou outra vez para Antióquia, pode
contar, em grande assembléia, os progressos que a religião de Jesus tinha
feito.
Surgia
entre os discípulos uma controvérsia, sobre a aplicação da lei da
circuncisão aos gentios recém-convertidos. Numa reunião que houve em Jerusalém,
à qual também compareceram também Paulo e Barnabé, foi decidido que
os convertidos do paganismo não seriam obrigados à circuncisão.
Fazendo de Antióquia ponto de partida,
Paulo e Barnabé visitaram todas as cidades da Ásia Menor, porque tinham
passado na primeira viagem. Em Troas teve Paulo uma visão: Em pé, diante
dele, um Macedônio suplicava-lhe: "Passa à Macedônia, e vem em nosso
socorro!" Paulo embarcou com Silas, Timóteo e Lucas para Filipes. Em
Filipes libertou do demônio uma empregada, que, possessa do espírito
adivinhatório, dava lucros avultados aos amos. Estes, vendo-se prejudicados seus
interesses, levantaram o povo contra Paulo e Silas, arrastaram-nos diante
do tribunal e disseram: "Estes homens põem em desordem a nossa
cidade". A autoridade mandou-os açoitar com varas e, metidos no cárcere,
foram presos ao "tronco". À noite, um forte terremoto abalou a cidade
toda. As portas da prisão abriram-se e as cadeias dos prisioneiros
caíram. O Carcereiro, estupefato e apavorado, fez-se batizar imediatamente com
toda a família.
De Filipes Paulo foi para Anfipolis, Apolônia,
Tessalônica e Beréia e daí até Atenas. Em Atenas Paulo pregou aos judeus
na Sinagoga, aos pagãos na praça pública. Convidado para falar no Areófago,
disse Paulo: " Cidadãos de Atenas! Um dia destes percorrendo vossa cidade
e considerando os objetos do vosso culto, notei entre outros, um altar,
com a inscrição: 'Ao Deus desconhecido'. Aquele Deus a quem
venerais, sem o conhecer, é o que venho anunciar-vos". Quando
depois passou a falar da ressurreição, uns escarneciam,
outros disseram: "Falar-nos-á outra vez sobre este assunto". Houve
algumas conversões, por exemplo a de Dionísio, membro do Supremo
Tribunal. De Atenas, Paulo foi para Corinto, onde pregou o
Evangelho durante um ano e seis meses. De Corinto passou para Efeso, de
Efeso para Cesaréia, Jerusalém e Antióquia.
Em
outra viagem, após breve espaço de tempo, Paulo visitou todas
as Igrejas da Ásia . Em Efeso batizou 12 discípulos e impôs-lhe as mãos,
chamando sobre eles o Espírito Santo, e começaram a falar línguas e
profetizar.
Três
anos passou Paulo em Efeso, permanência assinalada por muitos milagres.
Curaram-se doentes, aos quais aplicaram o sudário e a cinta de São
Paulo. Inúmeros demônios foram expulsos das suas vítimas. Muitos
fiéis vieram confessar os pecados.
Os
judeus não deixaram de odiar a Paulo e continuaram a perseguí-lo.
Antes de se despedir de Efeso e Mileto, foi São Paulo avisado pelo
Espírito Santo, que em Jerusalém havia de encontrar muita tribulação; e
assim aconteceu. Mal tinha chegado a Jerusalém, os judeus apoderaram-se
dele e teriam-no matado , se o tribuno da corte romana não lho tivesse
arrebatado das mãos. Ainda assim, mandou metê-lo a
ferros e encarcerá-lo. De noite Jesus Cristo apareceu a Paulo e lhe
disse: " Coragem! Como deste testemunho de mim em
Jerusalém, o mesmo farás em Roma".
Como os
judeus insistissem na sua condenação, o tribunal romano mandou
conduzí-lo de noite, com uma escolta, ao governador Felix, em
Cesaréia. Lé ficou dois anos, até que Felix teve por sucessor a
Festo. Os judeus pediram a este a transferência
do prisioneiro para Jerusalém, pensando matá-lo em viagem. Festo perguntou a
Paulo: "Queres ser julgado em Jerusalém, no meu
tribunal?" Paulo respondeu: "Apelo para
Cesar!" Festo: " Apelaste para Cesar,
diante de Cesar comparecerás!"
Marcada a
partida, Paulo tomou passagem no navio, com Lucas e muitos
outros presos. A viagem foi penosíssima e o navio ancorou na ilha
de Creta. Paulo aconselhou a passarem o inverno lá, mas essa opinião não
teve apoio dos outros e continuaram a viagem. Uma
grande tempestade, no alto mar, pôs em perigo a vida de todos
e só depois de 15 dias, cheios de aflições, abordaram
a ilha de Malta. O navio despedaçou-se, como predissera Paulo, mas os
passageiros, em número de 276, chegaram à praia sãos e salvos.
Durante os três meses de parada na
ilha de malta, Paulo curou muitos doentes dos insulares que lhe fizeram
honrosas manifestações.
De Malta seguiram para Roma, onde Paulo ficou
alojado em casa particular, com o soldado que o guardava. Dois anos ficou
o Apóstolo em Roma, fazendo bm, onde se lhe oferecia ocasião, e pregando a
doutrina de Cristo. O zêlo não lhe deu descanso. Passados os
dois anos de cativeiro, Paulo foi à Espanha; de lá voltou ao Oriente,
onde visitou as Igrejas de Efeso, de Crea, da Macedônia
e de Mileto.
É
admirável como o apóstolo, no meio de tantos trabalhos apostólicos, teve
ainda tempo para escrever 14 Epístolas a particulares
e a diversas Igrejas.
Dois
anos foram-se com essas viagens apostólicas, quando Paulo voltou a
Roma, onde era imperador Nero, o monstro purpurado. Na metrópole do
império sofreu o martírio junto com São Pedro. Na qualidade de cidadão romano,
foi degolado. Era o ano 67 depois de Jesus Cristo. Uma parte das
relíquias de São Paulo descansam na basílica de São Pedro,
ao lado das relíquias do príncipe dos Apóstolos.
Reflexões
São Paulo é chamado o Apóstolo dos Gentios. realmente
é admirável sua atividade na propagação da fé. De perseguidor de
Jesus Cristo fez-se um Apóstolo da Igreja, um missionário, o modelo dos
missionários de todos os tempos. As Epístolas de São Paulo dão-nos uma
imagem nítida das suas lutas, dificuldades, provações e tribulações de toda a sorte.
Mas em tudo venceu o amor a Jesus, a Jesus crucificado. São Paulo é um gigante
no amor ao Salvador. "Jesus é minha vida", confessa ele, e para Jesus
não havia trabalho que não fizesse, dificuldade que não vencesse. No fim da
vida, pôde, em verdade, dizer: "Combati o bom combate, terminei a
carreira e conservei a fé". Para que possamos afirmar a mesma coisa, é
preciso que imitemos o grande Apóstolo no imenso amor a Jesus e à Santa
Igreja. É preciso que com ele, sacrifiquemos a nossa carne., demos desprezo ao
mundo, tenhamos amor aos nossos irmãos, sejamos castos e puros, e da
nossa vida façamos um hino de louvor a Deus. Destarte, seremos herdeiros da
coroa, que nos dará o justo juiz no dia da recompensa.
via Canção Nova
FAÇA SUA DOAÇÃO PARA MANTER ESSA OBRA DE EVANGELIZAÇÃO:
EVANGELIZE COMPARTILHANDO NAS REDES SOCIAIS:
EVANGELIZE COMPARTILHANDO NAS REDES SOCIAIS: