Segundo a Embaixada Brasileira no Vaticano, Bento XVI criou fortes vínculos com o Brasil e os brasileiros, durante os oito anos de seu pontificado.
O Embaixador qualifica como
“excelente” a relação entre o Brasil e a Estado do Vaticano:
“Eu acho que as relações com o
Brasil, como sempre foram, continuam excelentes. Esse pontificado foi marcado,
sem dúvida, pelo Acordo sobre a situação jurídica da Igreja no Brasil. Foi um
compromisso que o Presidente Lula assumiu com o Papa de que este Acordo seria
assinado ainda durante o seu mandato. Trata-se de um Acordo que é bom para as
duas partes e que deixa uma situação mais clara para a Igreja no Brasil. Este
foi um grande ponto que inclusive foi ressaltado pelo Papa quando entreguei
minhas credenciais.”
Almir Franco de Sá Barbuda apresentou
suas credenciais em outubro de 2011 – a primeira vez em que pôde conversar com
o Papa. Na ocasião, por cerca de meia-hora , Bento XVI e Almir conversaram
sobre alguns aspectos do Brasil, como a Amazônia, por exemplo. O Embaixador
ressaltou sua admiração ao ver a clareza, a generosidade e a inteligência do
Papa e afirmou: “eu o admiro muito por sua coragem”.
“Sobretudo, fiquei muito admirado
pelo interesse e pelo conhecimento que ele tinha do Brasil. Ele sabia não só
das coisas boas que estavam acontecendo, mas também das coisas que o
preocupavam: falou da expansão das seitas no Brasil, da Amazônia. E neste
momento eu inclusive brinquei, dizendo que eu também me preocupava com a
Amazônia porque eu nasci lá e eu disse que o governo tem todo o empenho em
proteger aquela região tão importante”, relatou.
Almir Franco ainda esteve com o Papa
em ocasiões protocolares. A última foi em janeiro deste ano, quando ele
ofereceu uma recepção para todo o Corpo Diplomático e falou rapidamente com o
Pontífice, dizendo do “prazer” e do “orgulho” que o povo brasileiro tinha de
recebê-lo para a Jornada. Bento XVI confirmou que estava muito contente de voltar
ao Brasil. “Até ali ninguém podia imaginar a reviravolta que aconteceu neste
mês.”
Na opinião do embaixador a renúncia
de Bento XVI “foi um grande desapontamento”. “Primeiro pela surpresa da
renúncia e segundo pela pena de não vê-lo de volta ao Rio de Janeiro, pois
todos esperávamos que se repetisse o que o Papa João Paulo II disse no Rio de
Janeiro: ‘Se Deus é brasileiro, o Papa é carioca’. Nós esperávamos que ele
voltasse a dizer isto no Brasil.”
No entanto, ressalta Almir, “não será
ele, mas será o próximo. Eu mantive contato estreito desde o início com a
Congregação para os Leigos e todos me confirmaram que o próximo Papa irá e
provavelmente será sua primeira viagem transatlântica. Eu recordo também que
quando o Secretário particular do Papa, Dom Georg Ganswein, foi nomeado
Arcebispo, eu fui na comemoração e lhe disse: ‘Espero vê-lo no Brasil’. E a
resposta dele foi: ‘É claro, porque não existe Jornada Mundial da Juventude sem
a presença do Papa’”.
Da redação, com Rádio Vaticano
Da redação, com Rádio Vaticano