Seu pai rezou o terço todos os dias para que o Estado Islâmico a libertasse e sua prece foi atendida
O pai de uma menina que foi sequestrada há três anos pelo Estado Islâmico (ISIS) revelou que rezou o terço todos os dias para que a sua filha voltasse. Suas preces foram atendidas no dia 9 de junho, quando a pequena finalmente reencontrou a sua família.
Em 2014, a família de Cristina foi obrigada pelo ISIS a deixar sua casa em Qaraqosh (Iraque). Os jihadistas mandaram que subissem em um ônibus com o pretexto de que iam fazer um exame médico. Dentro do veículo, um terrorista tirou dos braços de sua mãe Ainda a menina, que nessa época tinha três anos.
Em declarações à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), Pe. Inácio Offy, um sacerdote sírio-católico também natural de Qaraqosh e amigo da família, disse que o pai de Cristina, Khouder Ezzo, contou que depois da triste separação não deixaram de perguntar por ela aos conhecidos que permaneceram na região.
Na última ligação que receberam de um parente antes de cortarem as comunicações, disseram que a tinham visto com um soldado do ISIS perto de uma mesquita e que ela estava bem.
Cinco meses depois do sequestro, um conhecido informou Khouder que Cristina vivia com uma família muçulmana que a tinham levado de uma mesquita na cidade de Mossul, no norte do Iraque, e que cuidavam dela “como se fosse a sua própria filha”.
Pe. Offy garantiu à ACN que essa família queria que a Cristina voltasse para seus parentes, mas como temiam pela sua segurança decidiram ficar com ela e protegê-la.
O sacerdote contou que, por sua parte, a família de Cristina se estabeleceu em um campo de refugiados em Ankawa, localizado em Erbil, no Curdistão iraquiano, assim como muitos cristãos que saíram das suas cidades e fugiram do ISIS.
Pe. Offy narrou que Khouder Ezzo “rezava o terço todos os dias por seu retorno e, na caravana em que vivem no exílio involuntário, tinha imagens de santos ao lado da foto de Cristina presos nas paredes. Muitos crentes se uniram à família em oração pelo retorno desta criança e todas as outras pessoas desaparecidas”.
“Durante dois anos, a família de Cristina recebeu fragmentos de informações sobre a menina, mas não puderam entrar em contato direto com ela. Graças a muitas agências de notícias estrangeiras e árabes e canais por satélite que se reuniram com a família de Cristina e que escreveram sobre o seu sequestro, a sua história foi amplamente divulgada”,descreveu o Pe. Offy.
Em seguida, o sacerdote disse que quando começou a ofensiva do exército iraquiano no final do ano passado para recuperar Mossul do controle dos terroristas, a família muçulmana que acolheu Cristina se mudou para um local mais seguro. Então, comunicaram-se com um amigo cristão de Qaraqosh que conhecia a menina para conseguir o número do telefone de algum parente.
Eles conseguiram o número do irmão mais velho de Cristina e se comunicaram com ele na noite de quinta-feira, 8 de junho de 2017, para pedir-lhe que buscasse a sua irmã em um bairro de Mossul. No dia seguinte, a família de Cristina foi ao ponto de encontro e levaram-na para Ankawa, onde foi recebida com cânticos e celebrações.
O sacerdote iraquiano disse à ACN que Cristina, que agora tem seis anos, “ainda está em estado de choque e tem medo, pois já havia se esquecido do seu pai, da sua mãe, do seu irmão e das suas irmãs”.
A menina também esqueceu sua língua nativa, o aramaico, falada pelos cristãos no Iraque, e só pode se comunicar em árabe. Pe. Offy comentou que ela conversa um pouco com a sua família e com os visitantes.
“O que aconteceu com Cristina, com a sua família e conosco é um milagre divino! Na minha humilde opinião, este é o quarto nascimento de Cristina: O primeiro, quando a sua mãe deu à luz; o segundo, seu batismo; o terceiro, quando uma família muçulmana a adotou e cuidou dela durante o período que estava perdida; e, finalmente, o quarto, quando a sua família e a sua comunidade cristã a encontraram”, expressou o sacerdote.
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“Agora Cristina recebeu uma nova vida. Agradecemos a Deus por cuidar dela, por cuidar da sua família e de todos nós”, continuou.
Por outro lado, Pe. Offy indicou que a casa da família de Cristina em Qaraqosh foi destruída pelo Estado Islâmico e que o irmão mais velho disse: “Sinceramente, não temos nenhum futuro no Iraque. Há seis meses solicitamos um visto para emigrar para a França, mas ainda não tivemos uma resposta. Esta caravana é pequena e a vida é dura”.
Pe. Offy pediu orações por todas as crianças, jovens e adultos que, assim como Cristina, foram sequestrados pelo ISIS e que ainda estão desaparecidos.
Via ACI
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